Açores esperam bater recorde de escalas de navios cruzeiros este ano

Os Açores registaram mais de 100 escalas de navios de cruzeiros, em 2022, e devem atingir um recorde até ao final do ano, podendo chegar perto das 200, revelou hoje o responsável do setor na Portos dos Açores.

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Lusa
25/05/2022 09:39 ‧ 25/05/2022 por Lusa

Economia

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"Se as coisas continuarem assim, vamos bater o recorde de escalas, agora vamos ficar longe do recorde de passageiros", adiantou, em declarações à Lusa, André Velho Cabral, responsável do departamento de cruzeiros da Portos dos Açores, empresa que gere as infraestruturas portuárias na região.

As taxas de ocupação dos navios de cruzeiros continuam abaixo dos valores registados antes da pandemia de covid-19, mas os armadores estimam que 2023 traga uma "retoma da normalidade".

Nesse cenário, se o número de escalas se repetir, o turismo de cruzeiros nos Açores pode render perto de 10 milhões de euros.

"Podíamos atingir facilmente mais de 200 escalas, com passageiros em taxa de ocupação normal, e aí já não estávamos a falar em sete milhões [como em 2019], mas em quase 10 milhões", disse André Velho Cabral.

Segundo um estudo realizado pela Portos dos Açores, em 2009 e 2010, entre taxas portuárias e consumos médios, o turismo de cruzeiros representa cerca 30 euros por passageiro, na região.

Com base nestes valores, o setor pode ter deixado na economia açoriana entre "seis a sete milhões de euros", em 2019, ainda que o responsável da Portos dos Açores admita que as estimativas, calculadas há mais de 10 anos, possam já estar desatualizadas.

"Há quem defenda que é muito pouco, que certamente os passageiros vão gastar mais do que isso, até porque os tripulantes saem dos navios, também consomem e não se tem contabilizado isso", explicou.

A crescente procura por navios de expedição, com passageiros que têm maior poder de compra, pode também ter um impacto diferente nas contas.

Nos primeiros quatro meses e meio de 2022, a região contabilizou mais de 100 escalas, superando as 97 registadas em todo o ano de 2021.

Em comparação com 2019, ano anterior à pandemia de covid-19, registou-se também um crescimento, nos primeiros meses do ano, ainda que apenas no número de escalas.

"Neste primeiro semestre de 2022, estimamos que de facto se atinja por volta de 110 a 112 escalas, o que é, comparativamente a 2019, bastante significativo, porque ficámos pelos 88. Temos um incremento de 30%", salientou o responsável da Portos dos Açores.

Os meses de abril e maio são tradicionalmente a "época mais forte" do turismo de cruzeiros nos Açores, mas, em 2022, estão previstas escalas em "todos os meses" e começa a formar-se uma segunda época alta.

"Em setembro, temos previstas 20 escalas, em outubro 19 e em novembro 24", indicou o responsável da Portos dos Açores, alegando que o turismo de cruzeiros é um "complemento interessante" para "mitigar a sazonalidade".

Não fossem as condições meteorológicas adversas, a região poderia ter tido "mais 20 ou 30 escalas" no início do ano e serão também o vento e a agitação marítima a definir se os Açores conseguem ou não atingir as 200 escalas previstas para 2022, mas tudo indica que o recorde de 152 escalas, registado em 2017, será batido, acrescentou.

O "crescimento significativo de escalas" não se traduziu, no entanto, num aumento de passageiros, porque, sobretudo, os navios de maior dimensão, continuam a viajar com "metade ou pouco mais de metade" da ocupação.

Segundo as estimativas da Portos dos Açores, terão passado pela região "perto de 65 mil passageiros", em 2022, pouco mais de 60% dos 107.400 passageiros registados em maio de 2019, com apenas 84 escalas.

Até ao final do ano, a empresa espera atingir cerca de 130 mil passageiros, um número abaixo do valor máximo registado na região (164 mil passageiros, em 2018), mas ainda assim "positivo" para a época atual.

"Em termos de escalas, será excelente, porque vamos atingir o máximo, com várias ilhas a ter muitas visitas. Em termos de passageiros, 130 mil é menos do que vários anos, mas temos de ter em conta que estamos ainda a viver uma pandemia", explicou André Velho Cabral.

Leia Também: Portugal segue tendência mundial de recuperação da indústria de cruzeiros

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