Em causa está a greve que farão esta quarta-feira os trabalhadores da área comercial, por aumentos salariais que reponham o poder de compra.
Num aviso hoje enviado aos clientes, a CP informa das perturbações que podem acontecer, caso de encerramento de bilheteiras, e indica os outros meios pelos quais podem ser comprados os títulos de transporte para viajar nos comboios.
Os títulos de transporte para os comboios urbanos de Lisboa e do Porto podem ser comprados nas máquinas de venda automática nas estações (bilhetes e passes), no multibanco (para passes e zapping de comboios urbanos de Lisboa) e agentes payshop (para comboios urbanos do Porto).
No caso dos comboios Alfa Pendular, Intercidades, Regional, InterRegional e Urbanos de Coimbra, os títulos de transporte podem ser comprados na bilheteira 'online', na 'app' CP, na linha de atendimento (808 109 110) e em agências de viagem.
Excecionalmente, a CP permitirá que os clientes comprem "o seu bilhete a bordo do comboio, desde que se dirijam ao Operador de Revisão e Venda, no momento do embarque e antes de ocupar lugar, para solicitar a aquisição do título de transporte". Contudo, essa compra só pode ser feita em numerário.
A CP diz ainda que a compra ao operador dentro do comboio só é possível caso a bilheteira na estação de embarque esteja encerrada e não haja outro modo de adquirir o título de transporte numa área de 200 metros circundante à estação.
A greve de 24 horas prevista para quarta-feira (dia 01 de junho, dia de comprar o passe social) foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) em defesa de aumentos salariais que reponham o poder de compra.
A greve desta quarta-feira só envolve os trabalhadores operacionais das bilheteiras e respetivas chefias, que são cerca de 500 em todo o país, mas para os dias 12 e 23 de junho estão marcadas outras greves com todos os trabalhadores.
Os associados do SFRCI já participaram com outros sindicatos numa greve de 24 horas no dia 16 de maio e os revisores, por si representados, fizeram greves parciais nos dias 23 e 27 de maio em defesa de aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
"A administração da CP e as tutelas continuam indiferentes ao brutal aumento do custo de vida, com uma taxa de inflação de 7,2% [em abril], que poderá ser superior a 10%, isto significa que num salário de 1.000 euros os trabalhadores perdem 72 euros mês, se for de 10%, significa que os trabalhadores vão perder 100 euros mês", disse esta segunda-feira à Lusa o dirigente do SFRCI Luís Bravo.
Segundo o sindicalista, tudo somado pode levar a uma redução do poder de compra até 25%, ou seja, um quarto do salário e "os trabalhadores não aceitam continuar a empobrecer".
Os trabalhadores das bilheteiras queixam-se igualmente de "condições de trabalho deploráveis", em várias estações sem climatização e em instalações com mobiliário desadequado e velho.
As greves marcadas para os dias 12 e 23 de junho são ambas de 24 horas, mas a primeira realiza-se a sul de Pombal e a segunda a norte de Pombal.
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