"Os impactos das sanções contra a Rússia exercem pressão sobre o preço dos produtos energéticos. Nesse ambiente, prevê-se que a economia venezuelana cresça 5% em 2022", anunciou o vice-ministro na sua do Twitter.
William Castillo Bollé, explica que "o aumento da produção petrolífera e a recuperação dos preços impulsionaram a recuperação económica" e explica que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) estipulou um preço de 83,40 dólares (77,89 euros), para o crude venezuelano, 31% mais o valor de janeiro último.
"O preço mantém a sua tendência à alta, desde abril de 2021, quando estava a 46,60 dólares (43,52 euros), aumentando 81% desde então", explica William Castillo Bollé.
Na mesma rede social o vice-ministro venezuelano explica que entre 2019 e 2020, o então Presidente dos EUA, Donald Trump "lançou um embargo total ao petróleo venezuelano que incluiu a confiscação da Citgo (petrolífera venezuelana nos Estados Unidos), sanções a 39 barcos petrolíferos da Pdvsa (empresa petrolífera estatal venezuelana), 30 estrangeiros e o assalto, em mar aberto, a barcos com combustível para a Venezuela".
Também que os EUA impuseram 502 medidas unilaterais e coercitivas contra a Venezuela, das quais mais de 100 foram diretamente contra a indústria petrolífera venezuelana, levando a uma queda da 87% na produção de hidrocarbonetos e de 99% das receitas em divisas da Venezuela.
O anúncio sobre as previsões de crescimento da economia venezuelana tem lugar depois de o Presidente Nicolás Maduro, ter dito, domingo, que o seu país tem o petróleo que o mundo necessita e acusar Europa e Estados Unidos de cometerem um suicídio económico ao sancionar a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.
"O petróleo que o mundo necessita para funcionar está aqui na Venezuela", disse ao canal de televisão Telesur, explicando que "a Venezuela tem a quarta maior reserva mundial de gás", estando a avaliar o que poderá fazer para ter "a terceira ou a segunda".
"Temos uma impressionante faixa de gás nas Caraíbas, no norte da Venezuela. Todo o gás de que necessitem", disse.
Maduro insistiu que "o mundo tem de se livrar da relação baseada em chantagem, ameaças, coerção e em sanções".
"Vejam o que estão a fazer com a Rússia. Sancionam a Rússia e todas as sanções contra a economia russa regressam contra os Estados Unidos, a Europa e o mundo. É o suicídio económico que a Europa e os Estados Unidos estão a cometer, sancionando e perseguindo a Rússia, porque a Rússia é uma potência económica, tecnológica e financeira", disse o governante.
Segundo a imprensa estatal venezuelana, Nicolás Maduro, iniciou hoje uma visita de dois dias à Turquia com uma ampla agenda que procura reforçar a cooperação bilateral em áreas que a Venezuela considera estratégicas, como a ciência e tecnologia, agricultura, transporte, energia, turismo e cultura.
Trata-se da 4.ª visita de Estado de Nicolás Maduro à Turquia desde 2016.
A Venezuela e a Turquia estabeleceram relações bilaterais em 1975, que se fortaleceram em 2009 com a criação de uma Comissão Mista de Alto Nível, e acordos estratégicos em áreas como a energia, minaria, petroquímica, agricultura, turismo, segurança, tecnologia, indústria, educação, alimentação, aeronáutica, comércio, cultura, habitação e desenvolvimento internacional.
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