De acordo com o comunicado divulgado após o fim da reunião de política monetária, a instituição presidida por Christine Lagarde anunciou que decidiu manter para já a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito em 0,00%, 0,25% e -0,50%, respetivamente.
No entanto, confirmou a expectativa de que as aquisições líquidas de ativos ao abrigo do seu programa de compra de ativos (Asset Purchase Programme -- APP) sejam concluídas a partir de 01 de julho e anunciou que irá aumentar a taxa de juro diretora em 25 pontos base na reunião de julho.
Em comunicado, o BCE explica que pretende continuar a reinvestir, na íntegra, os pagamentos de capital de títulos a vencer adquiridos ao abrigo do APP por um período de tempo alargado após a data em que começa a aumentar as taxas de juro diretoras e, em qualquer caso, pelo tempo necessário para manter amplas condições de liquidez e uma orientação de política monetária adequada.
No que respeita ao programa de compra de emergência pandémica (PEPP), o Conselho do BCE pretende reinvestir os pagamentos de capital dos títulos com vencimento adquiridos ao abrigo do programa até pelo menos o final de 2024.
Além da decisão do fim da compra de ativos, o BCE detalha que fez "uma análise cuidadosa das condições que, de acordo com as suas orientações futuras, deverão ser satisfeitas antes de começar a aumentar as taxas de juro diretoras do BCE", considerando que as "condições estavam preenchidas".
"Assim, e em linha com a sequência de política do Conselho do BCE, o Conselho do BCE pretende aumentar as taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base na sua reunião de política monetária de julho", informa, sinalizando ainda esperar voltar a aumentar as taxas de juro diretoras em setembro.
"A calibração desse aumento da taxa dependerá da atualização das perspetivas de inflação de médio prazo. Se a perspetiva de inflação no médio prazo persistir ou se deteriorar, um incremento maior será apropriado na reunião de setembro", disse.
O BCE sublinha que, depois de setembro, com base na avaliação atual, antecipa que "será adequada uma trajetória gradual, mas sustentada de novos aumentos das taxas de juro".
"Em linha com o compromisso do Conselho do BCE com a sua meta de médio prazo de 2%, o ritmo a que o Conselho do BCE ajusta a sua política monetária dependerá dos dados recebidos e da forma como avalia a evolução da inflação a médio prazo", vinca.
O Conselho do BCE garante também que continuará a acompanhar as condições de financiamento dos bancos e a assegurar que o vencimento das operações da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionado (TLTRO III) não prejudica a transmissão harmoniosa da sua política monetária, sinalizando que irá também avaliar regularmente a forma como as operações de crédito direcionadas estão a contribuir para a orientação da sua política monetária.
Conforme anunciado anteriormente, as condições especiais aplicáveis ao abrigo do TLTRO III irão terminar em 23 de junho de 2022.
O BCE garante também que, "em condições de 'stress', a flexibilidade continuará a ser um elemento da política monetária sempre que ameaças à transmissão da política monetária comprometam a obtenção da estabilidade de preços".
[Notícia atualizada às 13h32]
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