A expansão da produção industrial, um importante indicador da segunda maior economia mundial, surpreendeu os analistas, que projetavam uma nova queda, em torno de 0,7%, o que já significaria uma melhoria face a abril (-2,9%), o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2020, quando a China enfrentou o surto original do novo coronavírus.
Em maio, a produção industrial chinesa cresceu 5,61%, em relação a abril, enquanto naquele mês registou uma contração de 7,08%, em relação a março.
De acordo com a divisão por grandes segmentos industriais, o setor da extração continuou a crescer a um ritmo acelerado (+7%), enquanto a produção e fornecimento de eletricidade, aquecimento, gás e água moderou o seu crescimento para 0,2%.
A grande diferença em maio foi que o setor manufatureiro, forçado a reduzir a produção em 4,6%, em termos homólogos, em abril, devido às restrições, voltou a território positivo, aumentando 0,1%.
Tommy Wu, analista da consultora Oxford Economics, acredita que "o pior dos bloqueios já passou" e que a estabilização do crescimento económico em maio vai permitir uma recuperação "ainda mais visível".
O especialista prevê uma recuperação da atividade na segunda metade do ano, sobretudo se as políticas de estímulo permitirem uma recuperação do consumo doméstico, embora alerte que é pouco provável que as famílias comecem a gastar, enquanto Pequim mantiver a estratégia de 'zero casos' de covid-19.
Esta política requer a imposição de bloqueios em distritos ou cidades inteiras, criando incerteza para os negócios.
As vendas no comércio a retalho -- um indicador chave do consumo -- caíram, em maio, 6,7%, em termos homólogos. No conjunto do ano, aquele indicador registou uma contração de 1,5%.
A taxa oficial de desemprego nas áreas urbanas caiu 0,2%, em relação a abril, fixando-se em 5,9%, acima da meta de 5,5% estabelecida por Pequim.
Estes dois fatores, apontou Wu, confirmam que o fraco consumo está diretamente relacionado com o receio dos consumidores, criadas pelo ressurgimento de surtos de covid-19.
Sobre o investimento em ativos fixos, o GNE não divulgou hoje a evolução homóloga dos dados de maio, mas divulgou a intermensal (+0,72%) e o acumulado até ao momento este ano, que passou de 6,8%, em abril, para 6,2%, em maio.
Em comunicado, o GNE assegurou que a economia nacional "mostrou um bom momento de recuperação" em maio, mês em que "superou gradualmente os efeitos negativos" da covid-19, embora tenha alertado que o ambiente internacional "é ainda mais complicado e preocupante".
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