Medina recusa 'mexer' nas projeções. "Estamos bem a fazer a nossa parte"
Ministro das Finanças diz que as metas do Governo para o défice e para a dívida pública mantêm-se.
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Economia previsões económicas
O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse, esta sexta-feira, que não tenciona alterar as projeções para a economia portuguesa que constam no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
"Neste momento mantemos as projeções que estão constantes no Orçamento de Estado que vai entrar em vigor, espero muito em breve", disse o ministro das Finanças, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, à margem do Ecofin.
Na proposta do OE2022, explica Medina, há uma "redução importante do défice orçamental, como teremos também uma redução mais significativa da nossa dívida pública".
"Estamos bem a fazer a nossa parte. Aliás, tive oportunidade de referir algo que não acontece muitas vezes na nossa história, é que Portugal teve já no ano passado um défice público inferior à Alemanha e em 2022 teremos novamente um défice público inferior à Alemanha", disse o ministro das Finanças.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, mostrou-se ainda confiante de que o Banco Central Europeu (BCE) fará "o necessário" para evitar "riscos de desestabilização" do mercado da dívida, garantindo que Portugal fará "a sua parte".
"Tenho a confiança de que, como já aconteceu no passado, o BCE fará aquilo que for necessário e que será suficiente para evitar riscos de desestabilização dos mercados da dívida soberana", declarou Fernando Medina.
Falando aos jornalistas portugueses após a reunião dos ministros das Finanças da União Europeia (UE) e um dia depois de o Eurogrupo ter recebido a presidente do BCE, o governante português da tutela disse ser "muito importante a afirmação que a governadora do Banco Central Europeu [Christine Lagarde] fez sobre a determinação do BCE em evitar a fragmentação dos mercados de dívida soberana".
"Essa é uma declaração que tem mais importância ainda porque é seguida de uma declaração mais detalhada sobre a forma como essa salvaguarda será feita" e "é bom que [Christine Lagarde] o faça neste momento, que é o tempo certo em que se está no início de uma fase de maior turbulência", acrescentou.
Fernando Medina apontou que "o BCE o se comprometeu que vai atuar e é muito importante que o faça, aliás, à semelhança do que já aconteceu em outros momentos".
"Não muitas vezes acontece na nossa história, mas já no ano passado Portugal teve um défice público inferior à Alemanha e também terá em 2022 e, por isso, nós estamos a fazer a nossa parte", destacou.
E concluiu: "É preciso que todos de facto façam a sua parte e as palavras do BCE são particularmente importantes neste contexto".
Na quarta-feira, o BCE anunciou que iria "acelerar" o projeto de um novo instrumento "anti-fragmentação" para impedir um afastamento muito grande entre as taxas de juro dos países do norte e os do sul na zona euro.
Ao mesmo tempo, o BCE prometeu "flexibilidade" na sua política monetária para acalmar a tensão no mercado de dívida, após uma reunião de emergência do Conselho de Governadores.
A tensão nos mercados aumentou particularmente depois de o BCE ter anunciado, na semana passada, que vai subir as taxas de juro em julho, a primeira subida em 11 anos, depois de ter concluído as compras líquidas de dívida pública e privada, o que levou a uma subida dos juros da dívida de alguns países, com a Itália a ser apontada como particularmente afetada.
[Notícia atualizada às 16h00]
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