A Gazprom disse, esta quarta-feira à tarde, que a restituição à Rússia de uma turbina da Siemens, que será essencial para a operação do gasoduto Nord Stream 1 - que fornece gás à Europa -, é "impossível" devido às sanções contra Moscovo.
“Regimes de sanções no Canadá, na União Europeia e na Grã-Bretanha, bem como as inconsistências na situação atual em relação às obrigações contratuais da Siemens (fabricante de turbinas) impossibilitam a entrega”, disse a Gazprom num comunicado partilhado no Twitter.
— Gazprom (@GazpromEN) August 3, 2022
Nas últimas semanas os países europeus têm indicado que acreditam que Moscovo está à procura de um pretexto para atrasar o regresso da turbina e reduzir ainda mais as entregas de gás, no contexto das tensões em torno da Ucrânia.
Ainda hoje, o chanceler alemão Olaf Scholz acusou a Rússia de ser responsável por bloquear a entrega da turbina, sem a qual o gasoduto Nord Stream 1 não pode, segundo alega Moscovo, funcionar normalmente.
Recorde-se que a Rússia reduziu o volume das suas entregas de gás à Europa em junho e julho, argumentando que o gasoduto não poderia funcionar normalmente sem que a turbina - agora referida - fosse reparada no Canadá e garantindo que esta não tinha voltado ainda a Moscovo por causa das sanções impostas pelo Ocidente após o ataque russo à Ucrânia.
Nord Stream 1 liga a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico
O gasoduto Nord Stream 1 tem com uma capacidade de 167 milhões de m3 por dia, de acordo com dados da Gazprom, citados pela AFP, liga a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico. Esta infraestrutura é estratégica para o fornecimento de gás aos europeus, especialmente aos alemães.
O Kremlin assegura que são as sanções que estão na origem das dificuldades de entrega e que, por conseguinte, a Europa sofre com as medidas que impõe à Rússia.
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