A greve de oito dias, que teve início domingo no porto de contentores de Felixstowe, no leste da Inglaterra, poderá terminar na tarde de hoje se o patronato concordar em encontrar-se com os grevistas "para negociações reais", referiu Robert Morton, um dos responsáveis do sindicato.
Caso contrário, "a cadeia de abastecimento sofrerá graves perturbações. Esta é uma das consequências lamentáveis desta situação", acrescentou Morton à televisão britânica Sky News.
Cerca de dois mil trabalhadores estão em greve no porto de contentores de Felixstowe.
Os membros do Unite estão a exigir um aumento salarial "pelo menos igual à taxa de inflação", enquanto os empregadores propuseram 7%, segundo Morton.
"Se não conseguirmos o que queremos, haverá mais greves", alertou.
A inflação atingiu 10,1% anual em julho e pode ultrapassar 13% em outubro, o nível mais alto de um país do G7.
Esta é a primeira greve desde 1989 neste porto, que movimenta cerca de quatro milhões de contentores por ano.
De acordo com uma nota divulgada hoje pela empresa de análise financeira Hargreaves Lansdown, o porto de Felixstowe "é uma engrenagem vital nas operações comerciais do Reino Unido e uma greve de oito dias pode levar a interrupções no fornecimento aos supermercados".
Um funcionário de Felixstowe observou que a administração ajustou a sua posição, de um aumento de 5% para 7% e mais um bónus de 500 libras pagas de uma só vez, enquanto o Unite continua a pedir 10%.
"Apenas uma das duas partes está a tentar chegar a um acordo", acrescentou Paul Davey, diretor de comunicação do porto, à Sky News.
Esta greve é a última de uma série de ações trabalhistas por melhores salários no Reino Unido, onde as famílias enfrentam uma queda histórica no seu poder de compra.
O país experimentou entre quinta-feira e sábado três dias consecutivos de paralisações laborais que interromperam os transportes, incluindo o metro de Londres.
Outras classes profissionais estão a mobilizar-se, como os advogados, que anunciaram hoje que decidiram fortalecer o seu movimento após uma consulta interna na ordem, levando a um risco de agravamento do congestionamento nos tribunais.
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