O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou, esta quarta-feira, que, no que diz respeito à energia, o pacote de apoio apresentado pelo Governo não é insuficiente.
Durante a entrevista dada ao jornalista Vítor Gonçalves na RTP3 sobre os desafios ambientais, fruto das alterações climáticas, que se colocam neste momento a Portugal, Duarte Cordeiro começou por apontar que "o pacote tem um valor de apoio de cerca de 2,4 mil milhões de euros até ao final do ano".
A medida de baixar o IVA de 13% para 6% nos primeiros 100 kWh consumidos em cada mês é uma das medidas incluídas no pacote que, segundo o ministro, "tem um impacto de 90 milhões de euros, que beneficia cerca de 87% dos consumidores, não é um número reduzido", frisou, acrescentando que "esta não é a primeira medida" para travar o aumento dos preços da energia.
Duarte Cordeiro aponta ainda que os dados revelam que o mecanismo ibérico, uma das medidas anteriormente tomadas, teve um benefício, nos primeiros dois meses, de "cerca de 150 milhões de euros" para as famílias, ou seja, uma "poupança de cerca e 16% para quem está exposto ao preço da eletricidade".
"Temos dos preços da eletricidade mais baratos a nível europeu"
"Com estas medidas, no seu conjunto, temos dos preços da eletricidade mais baratos a nível europeu, quer do ponto de vista do consumidor doméstico quer do ponto de vista da indústria", reforçou.
O ministro do Ambiente assegurou ainda que o objetivo é garantir o preço mais baixo para as famílias. "Cada euro poupado é um euro poupado", enfatizou.
"Estamos a atuar a todos os níveis, queremos ter os preços da eletricidade baixos", apontou.
Passando pela questão do gás, Cordeiro apontou que com a "tarifa regulada do gás conseguimos um melhor preço".
Quanto aos transportes, o ministro do Ambiente quis frisar que a medida de congelar os preços dos transportes é significativa porque "se nada fosse feito", estes iriam "aumentar 8%".
Relativamente aos combustíveis, Cordeiro afirma que tudo se mantém e sublinha: "É talvez das medidas com mais impacto financeiro".
O ministro conclui ainda que esta é uma medida que se manterá até final do ano e será avaliada a necessidade de se manter, ou não, em dezembro.
Limitar consumo de energia? "Há uma vantagem em fazer depois dos outros"
Sobre a limitação do consumo de energia, que outros países já adotaram, Duarte Cordeiro considerou que "há uma vantagem em fazer depois dos outros".
Em resposta a Vítor Gonçalves, o ministro afirmou que "nem sempre temos de ser pioneiros a nível europeu" e até "temos vantagem" em ver como os outros estão a executar esta medida, como é o caso de Espanha. Permite "percebermos como os outros fazem", reforçou acrescentando que "não temos de ter esse tipo de complexos".
Perante isto, Duarte Cordeiro afirma que o plano que será anunciado amanhã, dia 8 de setembro, permitirá, segundo a estimativa do Executivo, uma "redução de 5%" que se soma aos 20% já conseguidos com medidas anteriores.
Sobre a possibilidade de desligar as luzes noturnas nas montras das lojas, "haverá recomendações e não obrigações", concluiu o ministro levantando o véu do que poderá ser anunciado na quinta-feira.
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