Governo espanhol desce para 2% previsão de crescimento em 2023
A economia de Espanha deve crescer "cerca de 2%" em 2023, disse hoje a ministra espanhola das Finanças, que avançou com um número que é sete décimas inferior ao da última estimativa oficial do executivo, divulgada em julho.
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Economia Espanha
A nova previsão foi divulgada por María Jesús Montero num entrevista ao canal de televisão espanhol "La Sexta", em que acrescentou que atualmente "não há qualquer dado" que leve a prever uma recessão em Espanha.
Segundo a ministra, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será "robusto", em torno dos 4% (a previsão oficial são 4,3%), a que se seguirá um aumento de cerca de 2% no próximo ano.
Os números avançados hoje pela ministra estão em linha com as previsões mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia espanhola.
As novas estimativas oficiais do Governo de Espanha serão apresentadas na proposta de Orçamento do Estado para 2023, dentro de algumas semanas.
As últimas são de 26 de julho, quando o Governo espanhol manteve a estimativa de crescimento de 4,3% da economia este ano, mas baixou em 0,8 pontos a previsão para 2023, para 2,7%.
No mesmo dia, FMI reviu em baixa as previsões de crescimento do PIB de Espanha, estimando um aumento de 4% este ano e 2% em 2023, menos 0,8 pontos percentuais e menos 1,3 pontos, respetivamente, do que a previsão anterior.
Em julho, o Governo espanhol manteve, por outro lado, as expectativas para o défice das contas públicas, que estima que seja 5% este ano e 3,9% em 2023, sempre acima dos 3% que ditam as regras europeias que estão, no entanto, suspensas desde 2020 por causa da pandemia.
Numa intervenção hoje no Congresso dos Deputados (parlamento), a ministra María Jesús Montero manteve estas previsões para o défice.
A ministra esteve hoje no parlamento no debate e votação da iniciativa legislativa que vai permitir manter suspensas as regras dos limites do défice e da dívida em pública em 2023, por causa dos impactos da guerra na Ucrânia.
A mesma proposta, aprovada pelos deputados, prevê também um limite de gasto do Estado para 2023 de 198.221 milhões de euros, mais 1,1% do que o Orçamento aprovado para 2022.
A ministra disse que esta mobilização "recorde" de "recursos públicos" pretende responder aos impactos da guerra na Ucrânia e da inflação e admitiu, a este propósito, o prolongamento do pacote de medidas com esse objetivo em vigor em Espanha até ao final deste ano e a adoção de novas iniciativas.
Estão entre essas medidas descontos nas compras de combustível e nos passes de transportes públicos, cheques de 200 euros para os particulares que têm rendimentos mais baixos, aumentos de pensões, reforço de bolsas de estudo ou a descida do IVA da eletricidade e do gás.
Foram também adotados apoios "ao setor produtivo" face a uma "inflação que deriva sobretudo dos preços da energia", sublinhou hoje a ministra María de Jesús Montero.
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