"Nós precisamos de um aeroporto novo para resolver as limitações do aeroporto de Lisboa, porque se tivéssemos esta situação resolvida já há muitos anos, provavelmente, o turismo seria ainda maior, seria ainda melhor motor para a economia nacional", defendeu a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, em entrevista à Lusa, por ocasião do Dia Mundial do Turismo, que se assinala esta terça-feira, dia 27 de setembro.
A governante recusou, no entanto, comentar a inclusão de Santarém na lista de possíveis localizações que serão analisadas, depois de um acordo entre o Governo e o PSD, sobre a metodologia a seguir até uma decisão definitiva sobre a localização do novo aeroporto regional de Lisboa.
Também na semana passada, o Público avançou que o grupo Barraqueiro pretende construir um aeroporto em Santarém, um projeto que esteve a ser estudado nos últimos três anos, que pode ser regional, ou, se o Governo acompanhar, um aeroporto de maiores dimensões.
"Não me apraz fazer qualquer comentário relativamente à localização do aeroporto, aquilo que me apraz dar conta é que precisamos de um aeroporto", vincou a secretária de Estado do Turismo.
Rita Marques admitiu que, quando a Estratégia Turismo 2027 (ET27) foi desenhada, em 2017, já se contava que o novo aeroporto de Lisboa não estivesse pronto até 2027, altura em que se pretende atingir 27.000 milhões de euros de receitas turísticas.
A governante sublinhou que o turismo tem tentado viver, "infelizmente, com a limitação" que existe no aeroporto de Lisboa, "porque é um aeroporto saturado", e também com a "elasticidade" que outros aeroportos que ainda não têm a capacidade esgotada permitem.
"Temos vindo a trabalhar com todas as companhias aéreas, também apresentando as várias localizações, apresentando as várias infraestruturas aeroportuárias e mostrando que existem mais-valias em não desistir de Portugal, porque Lisboa está saturada e tentar apostar noutras localizações", realçou.
Questionada sobre a eventual venda da TAP a um grande grupo de aviação, Rita Marques vincou que o que é preciso é "uma TAP forte".
"Se é por via da privatização, se é por via da nacionalização, enfim, a mim não me cabe dar nota de qual é o caminho preferencial, teremos vários colegas de Governo que falarão sobre o tema com muito mais propriedade. A mim só me cabe dar conta de que queremos uma TAP forte, que possa ajudar o nosso turismo, para que possamos ajudar Portugal", assinalou.
A secretária de Estado lembrou que a TAP é uma companhia "fundamental" para o setor que tutela, uma vez que transporta 30% dos turistas que chegam ao país, com expressão nos mercados dos Estados Unidos da América e do Brasil, e, por isso, "há uma preocupação muito grande em manter a excelência do serviço e em garantir que a TAP tem a cobertura adequada".
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