Atividade da indústria transformadora da China contrai em outubro

A atividade da indústria transformadora da China voltou a contrair, em outubro, face à quebra nas exportações e à debilidade do consumo interno suscitada pelas medidas de prevenção epidémica, indicam dados oficiais difundidos hoje.

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Lusa
31/10/2022 06:54 ‧ 31/10/2022 por Lusa

Economia

China

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) fixou-se nos 49,2 pontos, abaixo da marca dos 50,1, alcançada no mês anterior.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do setor, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da atividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia mundial.

Os dados ficaram abaixo das previsões feitas pelos analistas, que previam que o PMI se fixasse nos 50 pontos.

Depois da ligeira recuperação em setembro, a marca de outubro é um retorno à tendência negativa que o PMI registou durante grande parte do ano. A indústria transformadora da China contraiu em seis meses, entre janeiro e outubro.

O melhor desempenho foi entre as grandes empresas, as únicas a ficar na zona de expansão este mês, enquanto as médias e pequenas empresas contraíram ainda mais.

Um analista da consultora Capital Economics Huang Zichun destacou a fraqueza na procura, inclusive do exterior, e no mercado de trabalho.

Os dados "apontam para uma perda de atividade ainda maior este mês devido ao agravamento das interrupções causadas pelas medidas de prevenção epidémica e ao facto das exportações continuarem sob pressão", face a uma conjuntura económica de recessão a nível mundial.

O Gabinete de Estatísticas chinês publicou também o PMI para outros setores, incluindo a atividade em setores como a construção ou dos serviços. Este último indicador passou de 50,6 pontos, em setembro, para 48,7, em outubro.

A atividade na construção manteve-se bastante acima da registada no setor dos serviços (58,2 pontos).

Para Huang, esses dados refletem o impulso derivado da despesa pública em infraestruturas, enquanto no caso dos serviços, a fraqueza advém de uma "queda na atividade presencial", devido às medidas de confinamento impostas em muitas cidades, face a um aumento dos casos de covid-19.

O PMI composto, divulgado pelo GNE, que combina a evolução do setor industrial e não industrial, também registou uma primeira redução de atividade desde junho.

Huang afirmou que a política de zero casos covid do Governo chinês "veio para ficar" e acredita que Pequim não vai abandonar a estratégia até 2024, antecipando mais problemas para a economia do país asiático nos próximos meses, ao mesmo tempo que descarta grandes cortes nas taxas de juros pelo banco central a curto prazo, devido a temores decorrentes da fraqueza do yuan em relação ao dólar.

Pequim está a tentar reverter o abrandamento da atividade, depois de o crescimento económico se ter fixado em 2,2%, no primeiro semestre do ano, em termos homólogos. O crescimento recuperou para 3,9%, no terceiro trimestre.

Os analistas baixaram as perspetivas para o crescimento anual da China este ano até 3%, no que, a confirmar-se, será a segunda taxa mais baixa dos últimos 40 anos.

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