"Estimamos que a inflação atingiu o pico em setembro e deverá voltar a um dígito no segundo trimestre de 2023, em linha com um declíio com os preços globais das matérias-primas", escrevem os analistas num comentário à evolução da subida dos preços em Moçambique.
"Apesar de uma moderação nos preços alimentares e da energia desde o fim de março e da estabilidade da taxa de câmbio do meticla, a inflação vai continuar elevada no último trimestre deste ano e nos primeiros três meses de 2023 devido ao efeito base", acrescentam, notando que o plano de estímulo económico anunciado pelo Presidente "está a ter um impacto limitado na inflação".
No final de setembro, o banco central de Moçambique subiu a taxa de juro diretora (conhecida como Mimo), de 15,25% para 17,25% e "o facto de a inflação já ter atingido o seu pico, em conjunto com a crescente preocupação sobre um abrandamento económico em 2023, deverá desencorajar o Banco de Moçambique de aumentar a sua taxa de juro na reunião de 30 de novembro, mantendo a taxa Mimo em 17,25%", concluem os analistas.
A inflação homóloga em Moçambique desacelerou em outubro pelo segundo mês consecutivo para 11,83%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O ritmo de subida de preços estava a crescer desde fevereiro até atingir 12,96% em agosto, em linha com a tendência inflacionista global, fixando-se depois em 12,71% em setembro.
De setembro para outubro, a taxa de inflação homóloga recuou menos de um ponto percentual (88 pontos base), mas foi a primeira vez este ano que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) arrefeceu por dois meses seguidos.
De acordo com os dados do INE, a inflação acumulada deste ano está agora nos 8,8%.
Este foi também o primeiro boletim do IPC em que os dados para cálculo da inflação passaram a ser recolhidos em oito pontos do país.
Além de Maputo, Beira e Nampula, passam também a ser analisados os preços de mercados e lojas de Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-xai e da província de Inhambane.
Segundo o INE, transportes, alimentação e bebidas não alcoólicas continuam a ser os bens e serviços que mais contribuíram para a subida de preços.
Leia Também: Moçambique? "Estamos juntos naquilo que é fundamental, somos irmãos"