"Sendo uma medida de extrema necessidade, face à conjuntura atual, peca por tardia e é o reflexo de um conjunto de estratégias erradas por parte do Governo, que recusa enfrentar de forma consequente o aumento da pobreza em Portugal e não tem uma solução de fundo para retirar da pobreza as famílias mais vulneráveis, preferindo manter estas famílias reféns de eventuais excedentes orçamentais para viabilizar este tipo de apoios pontuais", defendeu o sindicato, em comunicado.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou, em entrevista à revista Visão, o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.
A medida foi hoje aprovada em Conselho de Ministros.
António Costa considerou, na mesma entrevista, que a medida "corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre".
Já o STGSSP "rejeita uma estratégia de rendimentos que torna os/as trabalhadores/as reféns dos excedentes orçamentais, ou que os torne peões de estratégias propagandistas".
Para o sindicato, "não são os bónus de 240 euros do Governo de António Costa, de 350 euros do Pingo Doce ou de 500 euros do Modelo Continente que resolvem a epidemia de baixos salários que mina a recuperação económica do país, mas aumentos salariais que permitam aos/às trabalhadores/as uma gestão sustentada dos seus orçamentos familiares, sem a pressão de uma eminente condição financeira catastrófica, fruto da precariedade salarial".
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