Fectrans aponta falta de trabalhadores na Carris Metropolitana

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) afirmou hoje que o início da Carris Metropolitana no distrito de Lisboa representa um "aumento dos ritmos de trabalho", algo que se deve à "falta de trabalhadores".

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Lusa
02/01/2023 21:43 ‧ 02/01/2023 por Lusa

Economia

Carris Metropolitana

No segundo dia de funcionamento da marca de autocarros da Área Metropolitana de Lisboa (AML), a Fectrans, que representa vários trabalhadores da Viação Alvorada, apontou falhas como a "alteração dos locais de trabalho e de rendições, de deslocações para outros concelhos, sem que se garanta o devido transporte dentro do tempo de trabalho, obrigando a horas de deslocação para a rendição de trabalhadores", lê-se no comunicado enviado pela associação sindical.

"Com a falta de trabalhadores existentes, as administrações pretendem aumentar os ritmos de trabalho, com horários de carreiras impossíveis de cumprir", resumiu este sindicato.

Em declarações posteriores à Lusa, o coordenador desta associação sindical, José Manuel Oliveira, acrescentou que "os trabalhadores apresentavam-se [ao trabalho] e saíam no mesmo local", algo que já não acontece e que origina mais tempo de deslocações para motoristas.

O dirigente pede, por isso, que os percursos e os horários das carreiras sejam "ajustados" e sublinhou o "problema de fundo" da falta de motoristas.

O presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro, já tinha referido à Lusa que os mais de 300 motoristas que entraram nesta empresa não são "suficientes" para fazer face à nova oferta.

Com as mais recentes declarações da Fectrans, os dois sindicatos unem críticas e pedem mais motoristas para as transportadoras que operam a Carris Metropolitana no distrito de Lisboa.

A Viação Alvorada, empresa que fundiu a Vimeca e a Scotturb, é responsável pela "área 1" da Carris Metropolitana: opera nos concelhos de Oeiras, Sintra e Amadora, com ligações intermunicipais a Cascais e Lisboa.

Já a Rodoviária de Lisboa serve a "área 2", composta pelos municípios de Odivelas, Loures, Mafra e Vila Franca de Xira e com percursos intermunicipais com Lisboa.

Depois de começar no verão de 2022, nos concelhos do distrito de Setúbal ("áreas 3 e 4"), a Carris Metropolitana, gerida pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), arrancou na margem norte do Tejo na segunda-feira, com o reforço da oferta, entre novas carreiras e o ajuste de horários e percursos de linhas que se mantêm.

As carreiras que continuam foram a principal dúvida dos utilizadores ouvidos pela Lusa, esta manhã, nos terminais de Odivelas e do Campo Grande, em Lisboa, porque todas as linhas têm um número diferente.

O novo sistema de numeração da Carris Metropolitana tem quatro dígitos e, antes do dia 01 de janeiro, as carreiras tinham três dígitos. No entanto, esta manhã ainda circulavam vários autocarros com os números antigos, porque os letreiros que indicam os números e o destino das carreiras ainda "não estão programados", explicou um motorista à Lusa.

Questionada pela Lusa sobre este problema, fonte da TML referiu que vão procurar perceber a questão junto dos operadores privados, recusando-se a empresa a responder, de momento, a outras perguntas feitas sobre a nova oferta.

Esta segunda-feira estavam em vigor horários de férias escolares, pelo que é expectável a circulação de mais autocarros na terça-feira, dia em que começa o segundo período do ano letivo.

Leia Também: Novos números na Carris criam uma "saga" e "confusão" na margem norte

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