Adesão total. "Não há qualquer comboio a circular neste momento"
A adesão à greve dos maquinistas da CP - Comboios de Portugal está a ser total, tendo sido suprimidas todas as ligações previstas até às 06h00, segundo fontes do sindicato e da empresa.
© Reuters
Economia Greve CP
"A greve está a decorrer dentro dos parâmetros que nós estávamos a prever. Não há qualquer comboio a circular neste momento. A paralisação é total", disse à Lusa, pelas 07h00, António Domingues, do Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ).
De acordo com o balanço feito pela CP à Lusa, até às 06h00 estavam programados 70 comboios e foram todos suprimidos.
No seu 'site', a CP já tinha alertado os passageiros para perturbações na circulação a partir de quarta-feira, dia 08, e até dia 21 de fevereiro.
"Por motivo de greves, convocadas pelos Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ocorrerão fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional, no período entre as 00h00 do dia 08 de fevereiro de 2023 e as 24h00 do dia 21 de fevereiro de 2023".
Em declarações, esta quinta-feira, à Lusa, António Domingues explicou que a greve tem vários parâmetros e não foram decretados serviços mínimos.
"A greve começou ontem [quarta-feira] pelo facto de ter reflexos em alguns comboios em que os colegas têm de repousar fora, de dormir fora do local de trabalho. Esses comboios ontem [quarta-feira] já não foram efetuados. Nesta quinta-feira, a greve é total e amanhã [sexta-feira] ainda vai ter impactos, também reflexo da greve de outros sindicatos", disse.
De acordo com António Domingues, a partir de sábado e até dia 17 a paralisação será menor, na ordem dos 30%.
"Entre os dias 17 e 21 a greve abrange os comboios históricos e por isso não terá qualquer reflexo nos comboios de passageiros", indicou.
O sindicalista disse também à Lusa que na origem da greve está a falta de resposta da empresa às propostas de valorização salarial.
"Os motivos são os mesmos de sempre. Há uma componente que tem a ver com o salário. A proposta da empresa/tutela é muito aquém do que o que foi a inflação registada em 2022. É menos de metade. Significa que há cortes no salário real, não são cortes diretos, nominais, mas indiretos, nalguns casos superiores aos que existiram durante a 'troika' e isso nós não aceitamos", realçou.
António Domingues sublinhou que os trabalhadores exigem que haja, no mínimo, a reposição do poder de compra.
"Depois há as situações que dizem respeito à empresa, condições de trabalho, nas instalações sociais, nas cabines de condução, queremos um efetivo protocolo de acompanhamento aos maquinistas que são envolvidos nos acidentes, nas colhidas em via, atropelamentos. As questões de segurança nos parques de material, situações que a empresa tarda em resolver", sublinhou.
Além dos maquinistas da CP, estão igualmente esta quinta-feira em greve os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) para exigir aumentos salariais que responda ao aumento do custo de vida.
De acordo com informação divulgada na página da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), estão em greve os trabalhadores da IP-Infraestruturas, da IP-Telecom, da IP-Engenharia e da IP-Património.
Por causa da greve na IP, a Fertagus, que liga Lisboa e Setúbal, deu conta de possíveis "perturbações" esta quinta-feira na circulação.
Numa nota publicada no seu 'site', a Fertagus - que explora esta linha ferroviária, com passagem pela Ponte 25 de Abril, mediante o pagamento de uma taxa de utilização à IP - refere que os condicionamentos na circulação dos comboios vão registar-se entre as 00h00 e as 24h00 desta quinta-feira.
[Notícia atualizada às 08h16]
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