CT da CGD pede que tutela exija à administração aumentos salariais

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) defendeu hoje que o Ministério das Finanças deve exigir ao Conselho Executivo da empresa a reposição do poder de compra dos trabalhadores.

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Lusa
09/02/2023 13:57 ‧ 09/02/2023 por Lusa

Economia

CGD

 

Em comunicado emitido na véspera de uma nova ronda negocial entre sindicatos e grupo negociador da banca, a CT recorda que o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), no cenário de elevada inflação, recomendou que os Estados-membros devem "apoiar uma evolução salarial que atenue a perda de poder de compra dos trabalhadores".

"Cabe à tutela (Ministério das Finanças), exigir da Comissão Executiva essa postura para que a CGD volte a ser nesta área uma referência e aplique uma política de valorização salarial que contribua para o impulsionar da economia e do reconhecimento dos trabalhadores", defende a estrutura num comunicado hoje divulgado.

A CT assinala que, "se no passado recente as imposições e recomendações vindas da Comissão Europeia foram acolhidas" pela Comissão Executiva e pelo Governo português "em claro prejuízo dos trabalhadores e com repercussões graves" para o banco público, agora é "tempo de colocar em prática a reposição do poder de compra aos trabalhadores".

No documento, a estrutura de representação dos trabalhadores apresenta os lucros de 2021 (583 milhões de euros) e as projeções para 2022 (cerca de mil milhões de euros) e regista que os aumentos salariais médios na CGD estiveram longe da inflação.

"Nos últimos anos a revisão da tabela salarial teve um aumento médio ponderado de 0,90% em 2021 e 0,92% em 2022, a contrastar com os valores da inflação de 1,30% em 2021 e 7,80% em 2022", lamentou a Comissão de Trabalhadores.

A CT expressou ainda a sua "completa solidariedade e apoio a reivindicações e ações de luta" que os sindicatos possam organizar.

No final de janeiro, os sindicatos bancários afetos à UGT disseram que os bancos estão dispostos a fazer atualizações salariais acima da proposta inicial de 2,5%.

Em comunicado publicado em 30 de janeiro, Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal e Sindicato dos Bancários do Centro disseram que na primeira reunião, em 27 de janeiro, não houve avanços concretos mas que o grupo negociador dos bancos manifestou "alguma flexibilidade para avançar na sua contraproposta de 2,5% na tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária".

Mais Sindicato, Sindicato dos Bancários do Centro e SBN reivindicam, para este ano, 8,5% de atualização de tabelas e cláusulas de expressão pecuniária.

O grupo negociador da banca, responsável pela revisão do ACT do setor, representa cerca de 20 instituições financeiras que atuam em Portugal, entre elas Santander Totta, Novo Banco e BPI.

Já Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Crédito Agrícola e Montepio têm acordos autónomos.

No caso do banco público, a mais recente proposta de aumento salarial é de 3,5%, um valor que os sindicatos continuaram a considerar "insuficiente" e "muito longe" de corresponder às necessidades dos trabalhadores.

Leia Também: Standard Bank Moçambique prevê crescimento de 4,2% e inflação de 9,9%

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