O BCE disse hoje que o reembolso antecipado será liquidado em 22 de fevereiro.
"Uma vez concluídas as considerações de balanço de fim de ano, os bancos não têm uma razão convincente para reembolsar antecipadamente", comentam analistas da UniCredit, citados pela Efe.
Os bancos da zona euro devolveram 62.748 milhões de euros ao BCE em janeiro, 447.485 milhões de euros em dezembro e quase 300.000 milhões de euros em novembro.
Cerca de 1,25 biliões de euros destas operações de liquidez a três anos muito baratas ainda não foram reembolsados.
Os dados publicados pelo BCE mostram que os reembolsos têm sido cerca de 40% desta liquidez na maioria dos países.
Os bancos em Espanha e Portugal reembolsaram a maior parte, entre 55 e 60%, mas os bancos em Itália e França reembolsaram entre 15 e 30%.
Os irlandeses devolveram quase toda a liquidez obtida através destas operações de liquidez, acrescenta a UniCredit.
Os bancos alemães devolveram 163.000 milhões de euros, os bancos espanhóis 155.000 milhões de euros, os bancos franceses 132.000 milhões de euros e os bancos italianos 75.000 milhões de euros.
As primeiras entregas destas operações de liquidez "têm sido muito inferiores à queda das reservas dos bancos em vários países da Europa Central", referem.
Por exemplo, diz a UniCredit, as reservas dos bancos alemães caíram quase 250.000 milhões de euros, quase mais 100.000 milhões de euros do que os pagamentos antecipados de liquidez barata a três anos.
De setembro de 2019 até dezembro de 2021, o BCE emprestou aos bancos dinheiro a três anos a taxas de juro muito baixas ou mesmo negativas, para que estes o pudessem rapidamente destinar à economia real, às empresas e às famílias, e assim impulsionar o crescimento económico, especialmente durante a pandemia.
Agora que o BCE está a aumentar as taxas de juro e a taxa de depósito já não é negativa, a taxa de juro que os bancos pagam pela liquidez é muito mais baixa do que a que recebem pelo depósito de reservas excedentárias no BCE e podem ganhar dinheiro pedindo emprestado ao BCE.
Por conseguinte, o BCE quer que os bancos paguem os empréstimos muito baratos e agravou as condições das operações.
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