Segundo revelou à agência Lusa Marcos Rebocho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Alimentar (STIAC), os trabalhadores da unidade industrial de carnes Izidoro exigem aumentos salariais, a negociação do caderno reivindicativo para 2023 e um acordo de empresa, recusado pelo grupo Montalva, que detém também o Centro de Abate de Suínos do Oeste (CASO), no Milharado, em Mafra.
"Os trabalhadores da Izidoro, no ano passado, também fizeram uma ação de protesto na terça-feira de Carnaval, um dia em que são obrigados a trabalhar desde há alguns anos, apesar de muitos deles viverem no Montijo, uma terra com tradição no Carnaval, em que também gostam de participar", disse Marcos Rebocho.
"Quando a associação patronal (Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes - APIC) fez caducar a contratação coletiva do setor, os trabalhadores da Izidoro ainda tiveram direito à terça-feira de Carnaval mais um ou dois anos, mas depois esse direito foi-lhes retirado", acrescentou Marcos Rebocho, considerando que "o fim da contratação coletiva teve um efeito devastador nos rendimentos dos trabalhadores" daquela unidade industrial do Montijo, no distrito de Setúbal.
De acordo com o sindicalista, a grande maioria dos trabalhadores da Izidoro recebe apenas o Salário Mínimo Nacional (SMN) e está há mais de uma década com um "subsídio de refeição de apenas 4,50 euros".
Em comunicado, o STIAC acusa a APIC de ter feito caducar o contrato Coletivo de Trabalho (CCT) da indústria das carnes em 2016 e de se recusar a negociar com os sindicatos desde então.
A concentração de protesto dos trabalhadores da Izidoro terá lugar entre as 10:00 e as 12:00 de terça-feira, nas instalações daquela unidade industrial, na avenida Olivença, no Montijo.
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