Em 26 de fevereiro, dois jovens colonos israelitas foram baleados e mortos no seu carro em Huwara, perto de Nablus, no norte da Cisjordânia. Em reação a este incidente, seguiram-se ataques de colonos israelitas na cidade palestiniana.
"Acho que Huwara devia ser eliminada. Acho que é isso que o Estado de Israel deve fazer", referiu o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, na quarta-feira.
O ministro israelita retratou-se depois, destacando na rede social Twitter que não pretendia "destruir Huwara, mas apenas agir de forma direcionada contra os terroristas".
As suas declarações foram imediatamente denunciadas por Paris, Washington e pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita expressou esta sexta-feira s sua "total rejeição" das "declarações racistas e irresponsáveis que refletem a violência e o extremismo empregue pela ocupação israelita" contra os "irmãos palestinianos", de acordo com a agência de notícias oficial SPA.
O Qatar denunciou, por sua vez, os comentários "de ódio e provocativos", considerando-os como "uma incitação séria a um crime de guerra", segundo a agência oficial QNA.
Nem a Arábia Saudita nem o Qatar mantêm relações diplomáticas com Israel.
Israel espera estender a outros países árabes os acordos de normalização anunciados em 2020 com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
Riade reivindicou repetidamente seguir a posição de décadas da Liga Árabe, que defende não estabelecer relações oficiais com Israel até que o conflito com os palestinianos seja resolvido.
No entanto, a Arábia Saudita tem mostrado sinais de maior abertura a Israel, anunciando no ano passado o levantamento das restrições aos sobrevoos do seu território por aviões que regressam ou viajam para Israel.
Esta região do Médio Oriente regista o início do ano mais sangrento desde 2002, com pelo menos 65 palestinianos mortos em confrontos e incidentes violentos com as forças militares e policiais.
Pelo menos 14 israelitas também já foram mortos nos últimos dois meses no decurso de ataques palestinianos em território ocupado.
O atual Governo de coligação liderado por Benjamin Netanyahu, o mais extremista de direita e racista de toda a história de Israel, com partidos que pretendem um amento da repressão contra os palestinianos e o reforço da colonização judaica nos territórios ocupados, é o principal fator do amento da tensão na região.
Israel garantiu o controlo de Jerusalém Leste e da Cisjordânia em 1967, na sequência da Guerra dos Seis Dias, uma das ocupações mais prolongadas da história recente.
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