Ministro da Agricultura não quer "perder um cêntimo" dos fundos europeus

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, garantiu esta sexta-feira a intenção do Governo "em não perder um cêntimo" nos fundos europeus para a agricultura, prometendo empenho para "melhorar os rendimentos de quem trabalha no setor".

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Lusa
31/01/2025 19:15 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

José Manuel Fernandes

"Temos 248 milhões de euros anuais para o investimento na agricultura, no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), e estamos a acelerar aquilo que herdámos. Tínhamos 668 milhões de euros do PDR 2020, aumentamos a execução, e já só temos 150 milhões. Estamos a fazer de tudo para não perder um cêntimo dos apoios europeus", disse o governante.

 

José Manuel Fernandes deixou essa intenção durante um almoço com elementos da Aprolep -- Associação de Produtores de Leite de Portugal, realizado na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, lembrando que, além dos fundos destinados diretamente para a agricultura, há outros apoios comunitários que podem ser aplicados no setor.

"Atualmente, a agricultura é modernidade. Utiliza robôs, inteligência artificial e mais meios para ser eficiente. Agricultura de precisão, por exemplo, usa internet e há outros fundos para apoiar nessa modernização e aumento e produtividade", sublinhou o ministro.

O governante apontou um caminho da "modernização e eficiência do setor" mas com a preocupação de haver uma renovação geracional nos agricultores.

"Além do aumento do rendimento do agricultor, queremos a renovação geracional. Para isso, duplicámos os apoios financeiros para instalação de novos projetos de jovens. A média de idade dos nossos agricultores é de 64,3 anos. É importante que essa renovação seja feita em todo o setor agrícola", recuperou José Manuel Fernandes.

À margem deste tema, o ministro da Agricultura e Pescas comentou a reprogramação do financiamento previsto no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção da barragem do Pisão, no concelho do Crato, distrito de Portalegre, considerando que foi "uma boa solução".

"A obra vai ser realizada, mas, ao invés de um empréstimo dentro do PRR, será feita com uma outra fonte de financiamento", garantiu.

O ministro detalhou que "há um atraso na obra fruto de uma providência cautelar" e que o país não podia "correr o risco de perder o financiamento do PRR".

"O que posso garantir, e com o compromisso do primeiro-ministro, é que a obra será feita com outras fontes de financiamento. Para as pessoas e para os autarcas, o importante é que seja concretizada. Com esta reprogramação haverá mais tempo para a realização da empreitada", completou José Manuel Fernandes.

Neste encontro com produtores de leite desta região do Douro Litoral, uma das maiores bacias leiteiras do país, o ministro também ouviu pedidos para "simplificações de processos e mais apoios para os jovens agricultores".

"Não vale a pena investir se o preço do leite não pagar o investimento. Estamos numa fase menos má, mas passámos por dez anos muito difíceis e perdemos muitos produtores. O governo tem de estar atento", disse Miguel Silva, presidente da Aprolep.

O dirigente também alertou o ministro que "a Europa está a ficar para trás [em termos de competitividade] devido à burocracia e regulamentação".

"A União Europeia tem feito acordos com os países do Mercosul, numa concorrência desleal, porque nesses locais a mão-de-obra é mais barata e podem utilizar produtos que aqui estão proibidos, e as regras de bem-estar animal são diferentes", completou o líder da Aprolep.

Leia Também: Governo propõe a Bruxelas reprogramar fundos do PRR e PT2030

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