"Esta é a altura para fazer as coisas porque percebemos claramente que o Brasil está de volta", afirmou Margrethe Vestager, em Brasília, à margem do lançamento institucional do Mapa Bilateral de Investimentos Brasil-União Europeia.
Margrethe Vestager frisou que a "janela de oportunidade é este ano"
De forma a reforçar este compromisso, a responsável europeia anunciou ainda "que vai haver uma visita (...) absolutamente prioritária" por parte da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil.
Também à margem do evento, o vice-Presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, acrescentou que a visita de Ursula von der Leyen está a ser "marcada para as próximas semanas".
Os dois responsáveis enalteceram ainda o facto de esta reunião bilateral ser a primeira desde 2014.
"Destaquei o interesse brasileiro e do Mercosul com o acordo com a União Europeia", disse o vice-Presidente brasileiro, referindo-se ao bloco formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Lula da Silva já admitiu por várias vezes que quer ver concluído o acordo entre o bloco Mercosul e a União Europeia ainda durante o 1.º semestre deste ano.
"Queremos fortalecer esta parceria, temos os mesmos valores e princípios", como o combate às mudanças climáticas, desmatamento ilegal zero e transição energética, garantiu Geraldo Alckmin, acrescentando ainda que a relação com a União Europeia é prioritária para a nova administração brasileira.
Entre as questões abordadas pelas duas delegações estão também as cadeias de valor sustentáveis para o fornecimento de matérias-primas, numa altura em que a UE procura parceiros para garantir o fornecimento destes insumos cruciais para a produção de produtos eletrónicos e para a promoção da transição energética.
"A União Europeia é o maior investidor estrangeiro no Brasil", recordou Margrethe Vestager, lembrando ainda que metade do investimento estrangeiro direto no país é europeu.
Agora, o objetivo é reforçar ainda mais as parcerias, nomeadamente na "mineração sustentável e dizer adeus à mineração dos modos antigos", da exploração da natureza e das pessoas, disse.
Quanto às alterações climáticas, a responsável europeia afirmou que o mundo não terá sucesso "se não houver empresas verdes em todos os continentes" e o Brasil tem essas capacidades e ambições.
"Essas ambições serão acompanhadas com investimentos europeus", prometeu.
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