"Gostava de fazer um duplo apelo em nome dos nossos membros mais vulneráveis, ajudem-nos a lidar com o peso da dívida, e em segundo lugar ajudem a garantir que o FMI continua a estar numa posição de os apoiar", disse Georgieva no discurso de lançamento dos Encontros da Primavera do Banco Mundial e do Fundo, que começam na próxima semana.
No discurso, a líder do Fundo elencou as medidas que o FMI tomou para ajudar os países mais vulneráveis, destacando os 25 mil milhões de dólares, quase 23 mil milhões de euros, emprestados sem juros desde o início da pandemia e acrescentou: "Agora, estamos a fazer um apelo urgente aos nossos países-membros mais abastados para colmatarem o défice de financiamento do Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento (PRGT)", criado para alimentar o financiamento aos países mais vulneráveis.
Para além disso, Georgieva destacou ainda que o FMI chegou-se à frente desde meados do ano passado, não só com a alocação de 650 mil milhões de dólares, cerca de 595 mil milhões de euros, em Direitos Especiais de Saque, mas também com ajuda no valor de 300 mil milhões de dólares (274 mil milhões de euros) para 96 países, inovações com a Janela de Choques Alimentares e o Fundo de Resiliência e Sustentabilidade, que se juntam a novos financiamentos para países como o Sri Lanka e a Ucrânia.
A nível global, a diretora executiva do FMI defendeu três prioridades, na sequência da descida do crescimento mundial, de 6,1% em 2021, para 3,4% no ano passado, devendo crescer menos de 3% este ano.
"Prevemos que o crescimento global fique à volta dos 3% nos próximos cinco anos, a nossa média mais baixa desde os anos 1990", avisou Georgieva, apontando o combate à inflação e a estabilização financeira, a melhoria das perspetivas de médio prazo para o crescimento e a necessidade de aumentar a solidariedade e reduzir as disparidades globais como as "três grandes montanhas que devemos escalar".
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