Luís Rodrigues vai tomar posse como presidente do Conselho de Administração (PCA) e presidente executivo (CEO) da TAP, esta sexta-feira, sucedendo neste último cargo a Christine Ourmières-Widener, que foi demitida, foi anunciado.
"O novo PCA e presidente da Comissão Executiva da TAP S.A. e da TAP SGPS, Luís Rodrigues, vai assumir funções na sexta-feira, dia 14 de abril", indicou, em comunicado o Ministério das Finanças.
Este responsável, que até então liderava a SATA, foi escolhido pelo Governo para substituir Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, que foram demitidos.
A entrada em funções foi aprovada em assembleia-geral de acionistas, na qual o Estado se fez representar pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).
Na reunião foram também adotadas as decisões sobre os procedimentos para a destituição de Ourmières-Widener e de Manuel Beja, cujo último dia em funções foi quinta-feira.
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O Ministério tutelado por Fernando Medina sublinhou que a deliberação conclui o processo, que foi iniciado na assembleia-geral de 13 de março, tendo a DGTF notificado a presidente do Conselho de Administração e o presidente da Comissão Executiva (PCE) "da companhia dos respetivos projetos de decisão de demissão no dia seguinte".
A PCA e o PCE enviaram, em 28 de março, a sua prenuncia à DGTF, tendo, segundo o executivo, os documentos sido "devidamente analisados e ponderados" nesta decisão agora comunicada.
"Ficam assim reunidas as condições para que a TAP inicie uma nova etapa, capaz de assegurar o foco na implementação bem-sucedida do plano de reestruturação da empresa, para a qual o contributo diário de todos os trabalhadores é imprescindível", concluiu.
O Governo anunciou a exoneração da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener e a do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, em 06 de março, depois de divulgados os resultados de uma auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), que concluiu que o acordo para a saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização de perto de meio de milhão de euros terá de ser devolvida.
A polémica começou no final de dezembro, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do previsto da administração da empresa.
O processo foi negociado ao abrigo do código das sociedades comerciais, quando a TAP está abrangida pelo estatuto do gestor público.
O caso motivou uma remodelação no Governo, incluindo a saída do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.
A comissão parlamentar de inquérito à TAP ouviu as primeiras personalidades nas últimas semanas, incluindo Christine Oumières-Widener, Manuel Beja e Alexandra Reis, com revelações que fizeram aumentar a pressão sobre o Governo de António Costa.
Na mira estão os ministros das Finanças, Fernando Medina, dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e das Infraestruturas, João Galamba, depois da presidente executiva da TAP ter confirmado uma denúncia da Iniciativa Liberal sobre uma reunião com o grupo parlamentar do PS, na véspera da audição parlamentar, em janeiro.
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