Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho de administração da Kyndryl Portugal, José Manuel Paraíso, explicou que este é um projeto que já está a ser desenvolvido "há mais de dois anos" no Bioenergy and Business Incubator of Portalegre (BioBip), no Campus do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), tendo hoje ocorrido a inauguração das novas instalações.

"Neste centro, em concreto, nós dedicamos particularmente à "Internet das coisas" (IoT), dedicamos muito à automação, robotização e também à cibersegurança", explicou.

José Manuel Paraíso, que sublinhou que a empresa de serviços tecnológicos "tem vindo a crescer" nos últimos tempos, indicou que o projeto em Portalegre envolve cerca de 20 trabalhadores, mas que o número pode vir a aumentar ao longo dos tempos.

"Eu acredito que este modelo de parcerias que temos com os institutos politécnicos, que não começou em Portalegre, começou em Tomar, depois em Viseu e em parceria com as câmaras, tem sido um modelo bem-sucedido, e acredito que vamos continuar a desenvolver, acredito que possamos chegar dentro de algum tempo a cerca de 100 colaboradores", disse.

Além de outros fatores, o presidente do Conselho de Administração da Kyndryl explicou que escolheram desenvolver este projeto em Portalegre para "utilizar o talento que existe localmente", através do trabalho desenvolvido pelo politécnico daquela cidade.

Destacando a "boa rede" de institutos politécnicos que o país possui, José Manuel Paraíso indicou que a Kyndryl em Portugal conta nesta altura com "cerca de mil colaboradores".

"Nós temos uma missão claríssima, a missão da Kyndryl em todo o mundo é a gestão e modernização de tecnologia de informação e com base nessa missão definimos uma série de práticas", acrescentou.

Entre o trabalho desenvolvido em Portalegre, o presidente do Conselho de Administração da Kyndryl destacou o projeto desenvolvido com o Município de Portalegre, no sentido de colocar o concelho "no mapa" das cidades inteligentes através da disponibilização da plataforma "Green Solutions" e de equipamentos capazes de tornar a cidade mais inteligente e mais sustentável, ambiental e financeiramente.

Este trabalho, que a empresa pretende alargar a outros municípios da região, iniciou com um primeiro projeto de promoção da eficiência energética global do território.

Consistiu primariamente na implementação de uma infraestrutura de telecomunicações que dota o município de uma base tecnológica que permitirá a comunicação entre todo um complexo de sistemas inteligentes, permitindo construir índices e monitorização dos mesmos.

A primeira implementação nesta infraestrutura, de um sistema de luminárias inteligentes, que permitiu gerir a Iluminação pública de Portalegre, conta com um balanço "bastante positivo" em cerca de ano e meio de implementação, resultando numa redução estimada de "cerca de 79%" no consumo energético.

Esta situação contribuiu para uma poupança "na ordem de meio milhão de euros" e uma redução da pegada ecológica do município estimada em mais de "700 toneladas" de emissões de CO2.

"Este conceito, depois, pode ser aplicado em muitas outras áreas, como por exemplo o consumo de água, que é outro dos projetos que nós pensamos ter a seguir, ou na gestão da mobilidade quer das pessoas, quer dos veículos, do parqueamento, é todo um projeto que se baseia na comunicação que pode existir", disse.

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