"A Comissão Europeia pediu-nos que indiquemos se vamos recorrer ao empréstimo ou não. Indicámos que vamos solicitá-lo", afirmou, em declarações à estação televisiva privada ATV, o ministro responsável pelo uso de fundos comunitários, Tibor Navracsics.
A parte que cabe à Hungria do empréstimo daquele mecanismo da UE é de 8.860 milhões de euros, indicou o ministro, recordando que esse montante já foi aprovado por Bruxelas, embora esta tenha condicionado o seu desembolso à aplicação de 27 medidas relativas ao Estado de Direito na Hungria.
A Comissão Europeia mantém congelada a entrega de 22.000 milhões em fundos comunitários até que o Governo húngaro garanta que os programas para os utilizar respeitam a Carta Europeia de Direitos Fundamentais em matéria de independência do poder judicial, leis educativas, liberdade académica e direito de asilo, entre outros aspetos.
O Governo do ultranacionalista Viktor Orbán anunciou em janeiro deste ano que recorreria a este empréstimo, apesar de antes se opor categoricamente a pedir o crédito conjunto dos países comunitários.
Agora, Navracsics disse esperar que a Hungria chegue a um acordo sobre o empréstimo com a Comissão Europeia "até ao verão".
A Hungria regista, desde finais de 2022, os índices de inflação mais altos da UE, que ultrapassam os 25% e, no caso dos alimentos, são superiores a 40%.
De acordo com os dados mais recentes, em abril de 2023, o índice de aumento dos preços foi de 25,6%, ao passo que o segundo mais elevado da UE foi o da Letónia, com 17,2%.
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