Alta velocidade no Porto vai afetar 'ilhas' da zona de Campanhã, diz EIA
A inserção da linha ferroviária de alta velocidade na estação de Campanhã, no Porto, vai afetar os conjuntos habitacionais conhecidos como 'ilhas' daquela zona, de acordo com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto.
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Economia EIA
"Com base nos dados provisórios dos Censos de 2021, os bairros afetados pelo projeto terão uma população de 46 famílias e 96 indivíduos, estimando-se que possam ser afetadas diretamente pelo projeto cerca de 15 famílias e mais de 30 pessoas", pode ler-se no EIA do troço Porto-Aveiro da linha de alta velocidade (LAV) ferroviária Porto-Lisboa, em consulta pública desde sexta-feira e até 16 de junho.
No Porto, a linha terá como estação a de Campanhã, que será ampliada e observará uma reconfiguração das atuais linhas, e a inserção será feita a partir de uma nova ponte rodoferroviária de dois tabuleiros, cuja proposta se assemelha à ponte Luís I.
Segundo o estudo, "a entrada na estação de Campanhã é feita em viaduto parcialmente sobre a Rua Pinheiro de Campanhã, aproximadamente até à zona do Centro Operacional de Manutenção -- Norte da Infraestruturas de Portugal [IP], prolongando-se até à zona empresarial".
"O encontro na margem norte, na cidade do Porto, é feito sobre a Rua da China e a cerca de 40 m [metros] da Quinta da China. O acesso à estação de Campanhã é feito sobre a Rua da China, implicando também a afetação da linha de habitações de piso térreo e de 1 piso, no Bairro Agra e no Bairro da Alegria, até à Rua do Freixo", pode ler-se no EIA.
O mesmo documento refere que atualmente estes bairros, "enquadrados pela Rua do Freixo, Travessa da Presa de Agra e Travessa do Freixo são constituídos, fundamentalmente, por habitações unifamiliares de estratos sociais populares e envelhecidos".
"Grande parte do edificado encontra-se 'identificado' como 'ilhas', pela empresa municipal Domus Social", refere o estudo encomendado pela IP, referindo-se às fileiras de habitações construídas a partir do século XIX para a população operária da cidade.
Segundo o EIA, "a existência de 'ilhas' verifica-se também no lado oposto da linha de caminho-de-ferro, na Rua da Presa Velha, Rua da Formiga e Travessa da China, entre outras".
O troço Porto-Aveiro da futura linha de alta velocidade ferroviária, que deverá ligar Vigo a Lisboa, custará 1,65 mil milhões de euros, dos quais 500 milhões financiados por fundos europeus e o restante através de contratos de concessão da conceção, construção, manutenção e financiamento.
A construção do troço Porto-Soure (que integra ainda o lote Aveiro-Soure, cuja publicação do EIA se aguarda), está prevista para o período entre 2024 e 2028 e a entrada em funcionamento do serviço ferroviário em 2029, e a ligação a Lisboa deverá estar a funcionar em 2031.
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