O artigo, intitulado "Mulheres lutam por igualdade salarial e progressão nos bancos centrais", assinado pelos economistas Mariarosaria Comunale, Petra de Bruxelles, e D. Filiz Unsal, tem por base um levantamento do FMI, que indica que as mulheres ocupam 80% das funções administrativas e de Recursos Humanos dos bancos centrais.
"Esta é o primeiro inquérito deste tipo que conhecemos, com estudos até agora focados na academia e nos setores público e privado. Os bancos centrais podem estabelecer altos padrões de género para outras instituições económicas e este trabalho lança pistas sobre como as autoridades monetárias podem melhorar seu próprio desempenho", referem.
Com os dados, os autores desenvolveram um novo índice, o Human Resources Gender Index (HRGI), que usa uma pontuação de 0 a 1, sendo 1 a igualdade máxima, considerando que "as políticas para eliminar as diferenças de género foram apenas parcialmente bem-sucedidas".
"Os intervalos e a ampla variação nas pontuações sugerem que os bancos centrais participantes poderiam fazer mais para reduzir a diferença de género", indicam.
Os vários indicadores analisados permite-lhes considerar que "os bancos centrais ficam atrás" no tipo de emprego oferecido e pago: "65% do número total de funcionários com contratos a part-time são mulheres".
"Em alguns bancos centrais, essa percentagem chega a 80%. Embora esses contratos permitam flexibilidade, podem limitar a progressão na carreira das mulheres, contribuindo para o pequeno número de mulheres em cargos de direção", assinalam.
Indicam ainda que "a diferença de género é ainda mais impressionante quando se trata de remunerações -- apenas 27% das mulheres ganham os 20% mais altos dos ganhos anuais".
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