Os lucros conseguidos pelo Banco de Portugal (BdP) em 2022 (297 milhões de euros) representam menos 211 milhões de euros (menos 42% em termos relativos) do que os lucros de 2022, de 508 milhões de euros. Desde 2018, quando teve lucros recorde de 806 milhões de euros, os resultados do Banco de Portugal têm vindo gradualmente a reduzir-se.
Com os resultados de 2022, o Banco de Portugal distribuiu ao Estado 238 milhões de euros em dividendos (menos 41% do que os 406,5 milhões de euros de 2021). Já somando o imposto sobre o rendimento, o Banco de Portugal entregou ao Estado um total de 371 milhões de euros relativamente a 2022.
Ainda segundo o Relatório do Conselho de Administração de 2022, hoje divulgado, o resultado antes de provisões e impostos foi de 668 milhões de euros (menos 73 milhões de euros do que em 2021), "mantendo o nível elevado de anos anteriores", segundo o Banco de Portugal.
Para este resultado contribuiu o aumento dos resultados com operações financeiras no âmbito dos ativos de gestão (159 milhões de euros, mais 84 milhões de euros face a 2021) e o resultado extraordinário da última prescrição de notas de escudos (94 milhões de euros).
Quanto aos gastos de funcionamento, esses foram de 196 milhões de euros, praticamente o mesmo valor de 2021.
Já a provisão para riscos gerais foi reforçada em 235 milhões de euros, o que o BdP justificou pela necessidade de "cobertura de riscos potenciais futuros".
No final de 2022, o balanço do Banco de Portugal ascendia a 198 mil milhões de euros, menos 21 mil milhões de euros do que em 2021.
Esta queda interrompe o crescimento consecutivo verificado nos sete anos anteriores e diz o BdP que se deve à descida no financiamento do banco central aos bancos devido à alteração da política monetária da zona euro (em 2022 começou o ciclo de subida das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu).
Leia Também: Função pública começa a receber aumento de 1% e retroativos na 6.ª-feira