Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,33%, o tecnológico Nasdaq baixou 0,24% e o alargado S&P500 perdeu 0,15%.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, arrefeceu o otimismo que reinava na véspera, sobre o evoluir das negociações, ao afirmar, no final da manhã, que deviam ser colocadas "em pausa".
Momentos antes, a Casa Branca apontou a existência de "diferenças reais" com a oposição republicana e indicou as discussões seria "difíceis".
O assunto é relevante uma vez que o tempo para autorizar os EUA a recorrerem ao crédito acaba antes de 01 de junho. Sem esta autorização o país pode entrar em incumprimento, eventualidade que é considerada catastrófica para os mercados financeiros mundiais.
Imediatamente após esta notícia, as ações inverteram a tendência de alta que estavam a observar, os rendimentos obrigacionistas diminuíram a sua subida e, sobretudo, o ouro, considerado o principal valor refúgio, subiu.
"A deceção com as negociações sobre a dívida está de certeza" na baixa das cotações das ações, indicou Jack Ablin, da Cresset Capital.
"Agora, tem de se ver o ouro. É um bom barómetro do debate sobre o limite da dívida", acrescentou.
Este analista recordou que em 2011, quando os EUA, o maior devedor mundial, estiveram à beira do incumprimento, ao ponto de terem visto o 'rating' da sua dívida descido por uma agência de notação financeira, o ouro foi "um grande beneficiário" do pânico nos mercados.
"É o valor refúgio", porque no caso de uma ameaça de incumprimento "o dólar vai baixar, os rendimentos obrigacionistas vão baixar e as ações caem", preveniu.
A este pessimismo sobre as negociações entre a Casa Branca e os republicanos acrescentaram-se os comentários da secretária do Tesouro, Janet Yellen, sobre o setor bancário, que preocuparam os investidores.
Durante uma reunião de dirigentes dos grandes bancos, disse que talvez fossem "necessárias" outras fusões bancárias, segundo notícias aparecidas hoje.
Depois da crise dos bancos regionais, que já levou vários estabelecimentos a encerrarem ou a serem comprados em última instância, estes comentários "sugerem que a situação é talvez pior do que se pensa", comentou Jack Ablin.
Em sequências, as cotações de títulos de bancos regionais, que estavam em alta desde o início da sessão, caíram como PacWest (-1,88%), Western Alliance (-2,44%) e Zions (-1,73%).
Por seu lado, o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, que falou durante uma conferência sobre política monetária, garantiu que "nenhuma decisão" tinha sido tomada em relação à taxa de juro para a próxima reunião de junho.
Para Edward Moya, da Oanda, o presidente da Fed "abriu caminho a uma pausa" nas subidas da taxa de juro de referência, mas para Pat O'Hare, da Briefing, estas declarações foram "insípidas".
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