"Esta reunião da Comunidade Política Europeia foi mais um momento para podermos encontrar a Europa nesta sua perspetiva alargada e não só de restrita da União Europeia e ver como é que podemos encarar os desafios comuns que todos temos a um desafio estrutural, que têm a ver com a questão de energia, de aumentar a segurança energética e que é uma oportunidade enorme para o conjunto da Europa poder investir para acelerar a transição energética e reforçar as interconexões", afirmou o chefe de Governo.
Falando à imprensa portuguesa no final da segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, na cidade moldava de Bulboaca, o primeiro-ministro elencou que "segurança significa diversificar fornecedores, rotas, fontes de produção de energia e Portugal pode desempenhar aqui um papel estratégico porque é dos países que tem uma maior intensidade de recurso às fontes renováveis".
"No ano passado, mesmo num ano de grande seca, 58% de eletricidade que consumimos teve origem nas renováveis e, no primeiro trimestre deste ano, com mais chuva, conseguimos chegar aos 75%", destacou, recordando a meta de Portugal chegar a 2026 com 80% da eletricidade produzida por fontes renováveis.
De acordo com António Costa, isso permite ao país "estar na linha da frente da revolução que constitui o hidrogénio verde e os outros gases renováveis".
"Essas interconexões -- seja por via física como através do acordo obtido com Espanha e com a França, seja por via marítima, dado o acordo que já foi aprovado pela Comissão Europeia entre o Porto de Sines e o Porto Roterdão e que estamos obviamente abertos a generalizar a outros países, designadamente a Alemanha -- são grandes oportunidades para de deixarmos não só de ser importadores, como sobretudo passaram a ser exportadores", adiantou o primeiro-ministro.
À margem desta cimeira, António Costa reuniu-se em encontros bilaterais com o Presidente da Ucrânia, assim como com responsáveis da Moldova, da Áustria e de Andorra.
A Moldova acolheu hoje a segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, a plataforma de cooperação para a segurança e estabilidade da Europa, com líderes da União Europeia e de outros países, agora focada na paz e energia.
A segunda cimeira da Comunidade Política Europeia juntou 45 dirigentes de países europeus e três líderes de instituições comunitárias no Castelo Mimi em Bulboaca, a 35 quilómetros da capital da Moldova, Chisinau, e a perto de 20 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
Na antevisão do encontro, fontes comunitárias falaram numa "importante mensagem" para Moscovo, de cooperação europeia, mesmo às portas da Rússia, em discussões sobre paz e de segurança nomeadamente pela guerra da Ucrânia, interconexões na Europa e resiliência energética face a fornecedores como russos, sendo que grande parte do encontro é dedicada a debates bilaterais e trilaterais.
Criada em 2022 com base na visão do Presidente francês, Emmanuel Macron, divulgada num discurso no Dia da Europa em maio do ano passado, a Comunidade Política Europeia é uma plataforma de diálogo político e cooperação para questões de interesse comum e reforço da segurança, da estabilidade e da prosperidade do continente europeu, não substituindo contudo qualquer organização, estrutura ou processo existente.
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