O antigo ministro da Economia António Pires de Lima sublinhou, esta quarta-feira, que era "crítico" privatizar a TAP em 2015 e destacou os feitos da gestão privada da companhia aérea, mostrando-se otimista para o novo processo de privatização que deverá arrancar em breve,
"Era crítico procurar privatizar a TAP em condições que assegurassem a sua sobrevivência, o seu desenvolvimento e protegessem os interesses estratégicos de Portugal. E foi isso que se conseguiu com o acordo de venda a 24 de junho de 2015, concluído a 12 de novembro de 2015", disse Pires de Lima, na CPI.
"O algodão não engana. Entre 2015 e 2019, anos de gestão privada, a TAP cresceu 35% em faturação, cresceu 61% em passageiros, contratou mais de dois mil trabalhadores", referiu Pires de Lima.
O antigo ministro da Economia disse estar "otimista" relativamente ao processo de privatização da TAP, que deverá começar em breve, e espera que os direitos dos portugueses sejam assegurados.
Esta é a segunda vez em pouco tempo que o antigo ministro está no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a TAP, depois de ter sido ouvido, no início de abril, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de um requerimento do PS.
António Pires de Lima era ministro da Economia quando o consórcio Atlantic Gateway - composto pelos acionistas David Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa - venceu a privatização da TAP, uma operação consumada em 12 de novembro de 2015, dois dias depois de o governo PSD/CDS-PP ter sido derrubado por uma coligação do PS, PCP, BE e PEV, que detinham maioria na formação pós-eleitoral da assembleia.
A operação foi parcialmente revertida pelo governo liderado por António Costa (PS), voltando o Estado a deter uma participação maioritária na empresa, mas mantendo a gestão privada da Atlantic Gateway.
Na audição em abril, Pires de Lima garantiu ser falso e injurioso ter autorizado ou sido condescendente com a compra de aviões para a TAP acima do preço justo de mercado, negando qualquer responsabilidade na aquisição de aviões que tenha prejudicado a companhia área e afastando a ideia de um negócio ruinoso.
[Notícia em atualização]