Moeda israelita valoriza perante possível recuo na reforma judicial
A moeda israelita valorizou hoje 1,6% em relação ao dólar, após registar na semana passada o valor mais baixo em quatro anos, perante os indícios de possíveis cedências do governo de Benjamin Netanyahu na sua polémica reforma judicial.
© Getty Images
Economia Israel
O shekel atingiu 3,655 unidades por dólar, segundo o Banco de Israel, no terceiro dia consecutivo de valorização.
Além disso, o índice de referência TA-125 da Bolsa de Valores de Telavive subiu 2% depois de registar uma retração significativa no final do mês passado.
De acordo com analistas, citados pelos órgãos de comunicação nacionais, esta tendência está relacionada com a possibilidade cada vez mais forte do governo aceitar ceder em algumas questões importantes da reforma judicial que está a promover desde o início do ano.
Há vários meses que investidores locais e estrangeiros, diretores de bancos, economistas e empresários têm vindo a alertar sobre as possíveis consequências económicas e financeiras da reforma judicial, como a retirada massiva de capitais do país e o recuo da classificação de crédito de Israel.
Embora Yariv Levín, ministro da Justiça e um dos responsáveis por esta iniciativa, tenha defendido hoje a necessidade de reformar a justiça e reparar um sistema que diz discriminar os partidos de direita, diferentes membros do governo manifestaram nas últimas semanas que é difícil a aprovação da reforma no seu texto original.
As declarações mais recentes são de Yossi Shelley, diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro, que deu a entender esta terça-feira, numa entrevista, que os trâmites legislativos para aprovar a reforma não vão continuar.
O Presidente de Israel, Isaac Herzog, tenta há meses negociar entre o governo e a oposição para chegar a uma versão consensual da reforma, após 22 semanas de protestos incessantes e massivos contra a medida.
Segundo o Governo, a reforma do sistema judicial visa, entre outras coisas, reequilibrar os poderes, reduzindo as prerrogativas do Supremo Tribunal, que o executivo considera politizadas, em benefício do Parlamento.
Mas os críticos dizem que corre o risco de abrir caminho para uma deriva autoritária.
Estas negociações não atingiram até agora resultados concretos e quer Netanyahu, quer o líder da oposição, Yair Lapid, defendem firmemente as suas posições.
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