Media Capital lança oferta vinculativa sobre totalidade das ações da Cofina

A Media Capital anunciou hoje uma oferta vinculativa para a compra da totalidade das ações da Cofina, com o valor de aquisição livre de ónus e encargos, por 80 milhões de euros.

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Lusa
20/07/2023 17:02 ‧ 20/07/2023 por Lusa

Economia

Media Capital

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Media Capital salienta que, "tendo por base os pressupostos e sujeito aos termos e condições constantes da presente Oferta, o valor de aquisição por 100% das ações da sociedade livres de ónus e encargos tem por referência um 'enterprise value'" (valor da empresa) de 80 milhões de euros.

A dívida líquida, "corresponde ao valor da dívida financeira (isto é, dívida bancária e outras responsabilidades de natureza similar), deduzida do valor das disponibilidades de caixa, é fixada em 45 milhões de euros, assumindo um fundo de maneio normal para a atividade corrente da sociedade".

"O montante em que a dívida líquida exceda os 45 milhões de euros será abatida ao preço", adianta a Media Capital.

O preço de compra das ações corresponderá ao 'equity value' da sociedade determinado à data do 'closing' [fecho] da transação proposta após confirmação da dívida líquida com referência a essa data", salienta a Media Capital, apontando que o "'equity value'" corresponde ao 'enterprise value' deduzido da dívida líquida.

As condições financeiras da oferta têm como pressuposto que o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) operacional da empresa no ano passado foi de 13,556 milhões de euros.

"Quaisquer contingências decorrentes da atividade da sociedade ou de outra natureza, por factos ocorridos até à data do 'closing' e não provisionadas nas últimas contas consolidadas disponíveis da vendedora, serão da sua responsabilidade", adianta a dona da TVI.

O pressuposto da proposta de compra, à data de aquisição das ações, é que a Cofina deterá, pelo menos, os órgãos comunicação social de imprensa -- Correio da Manhã; Record; Jornal de Negócios; Destak; Sábado; e TV Guia; televisão -- serviço de programas CMTV Internacional e CMTV; 'online' - Aquela Máquina; Flash; e Máxima.

Além disso, "é pressuposto da transação proposta que, à data do 'closing', as seguintes participações detidas" pela Cofina terão sido alienadas ('carve out'): ações correspondentes a 50% do capital social da Vasp -- Distribuidora de Publicações, S.A.; e ações correspondentes a 50% do capital social da Mercados Globais - Publicação de Conteúdos.

A Media Capital, liderada por Mário Ferreira, salienta que o 'carve out' deverá ser neutral para a empresa.

Relativamente às condições de pagamento, "o preço a pagar pelo comprador ao vendedor (estimado à presente data em 35 milhões de euros) será liquidado na data do 'closing'".

Outra das condições é que a Cofina é titular de um crédito "sobre a gráfica onde é atualmente realizada a impressão das publicações no montante de 800 mil euros, devendo este crédito ser reembolsado no prazo de cinco anos, através da dedução dos montantes acordados, ao valor que a Sociedade tem de pagar pelos serviços de impressão conforme acordo a disponibilizar ao comprador".

"A presente oferta é vinculativa quanto à transação proposta, no entanto, encontra-se sujeita à validação e verificação dos pressupostos e condições contemplados na presente oferta e à celebração entre as partes de um contrato com termos finais da transação proposta", adianta a dona da TVI.

A Media Capital diz ainda que "espera ser contactada pela vendedora no caso de a presente proposta ser superada por outra que venha a ser apresentada por outro interessado".

A Lusa contactou a Cofina, mas até agora não obteve comentários sobre a oferta.

Em 11 de julho, a Media Capital tinha garantido que mantinha o interesse na aquisição da totalidade da Cofina Media.

Em 17 de julho, a Cofina confirmou que Cristiano Ronaldo integra a proposta para a compra da empresa de media, através de uma sociedade veículo com outros investidores, denominada Expressão Livre.

A sociedade, anunciou na altura a Cofina, vai ser detida, direta ou indiretamente, por Luis Santana, Ana Dias, Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz, Cristiano Ronaldo, Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira.

A Cofina SGPS recebeu em 30 de junho uma oferta vinculativa para a compra da totalidade do capital da Cofina Media que avaliou a empresa ('enterprise value') em 75 milhões de euros.

[Notícia atualizada às 17h48]

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