A administração da Autoeuropa chegou a acordo com a comissão de trabalhadores, esta terça-feira, sobre os termos do lay-off na fábrica de Palmela. A informação é avançada pela SIC Notícias.
"A empresa quer sempre dar o menos possível e os trabalhadores querem sempre o mais possível. Entre um caminho e outro, chegamos a um meio termo e foi isso que conseguimos. De realçar que vamos ter 95% da remuneração de subsídio de turno mais o ordenado, vamos garantir que esses trabalhadores temporários regressem para a Autoeuropa quando a produção voltar a normalizar", disse, aos jornalistas, Rogério Nogueira, representante da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa.
O sindicalista realçou ainda que ficou garantido que "o impacto desta paragem não terá impacto no prémio de objetivos" e que o prémio de assiduidade para todos os trabalhadores manter-se-á.
"Isto é um problema que nos preocupa, porque uma paragem na produção é sempre uma situação preocupante. Mas os trabalhadores são os menos culpados no meio desta situação toda. Daí a nossa insistência para que o pagamento não se centrasse no mínimo mas sim no máximo possível. E conseguimos, mas a empresa teria condições, deveria e podia dar mais do que aquilo que deu", continuou Rogério Nogueira.
O Ministério da Economia anunciou na segunda-feira que tem mantido contactos com a administração da Autoeuropa para "encontrar soluções" após a interrupção na produção, e que está a identificar os fornecedores nacionais para "minimizar os riscos de paragem da fábrica".
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa revelou na quinta-feira que a empresa vai fazer uma paragem de produção de nove semanas, de 11 de setembro a 12 de novembro, e que pretende aplicar o 'lay-off' nesse período.
A paragem de produção na Autoeuropa deve-se às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia, que foi "severamente afetado" pelas condições climatéricas que se fizeram sentir naquele país no passado mês de agosto.
O ministério tutelado por António Costa Silva destaca que a indústria de componentes para o setor automóvel em Portugal é "das mais competitivas e inovadoras da Europa", exportando para múltiplos países do continente.
Assim, acrescenta que está a identificar os fornecedores nacionais da Autoeuropa "com o objetivo de reunir com as empresas no sentido de minimizar os riscos de paragem da fábrica nos próximos meses".
Alertando que a incerteza global é também "exponenciada pelas alterações climáticas" através da ocorrência de fenómenos extremos, o Ministério da Economia sublinha a importância de garantir "a diversificação das cadeias de abastecimento e o aumento da sua resiliência para prevenir paragens abruptas de produção".
[Notícia atualizada às 16h40]
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