O coordenador das Comissões de Trabalhadores (CT) do Parque Industrial da Autoeuropa, Daniel Bernardino, referiu, esta segunda-feira, que os funcionários receberam as palavras do primeiro-ministro, António Costa, com alguma tristeza, já que diz ter faltado uma palavra de "apreço" para com os trabalhadores.
"Das declarações que ouvimos ontem do primeiro-ministro, que recebemos com alguma tristeza, não se ouviu uma palavra de apreço para com estes trabalhadores do Parque Industrial. Estamos a falar de 11 mil trabalhadores, a maioria vai entrar em lay-off", disse Daniel Bernardino, em declarações à CNN Portugal.
António Costa antecipou, no domingo, que a suspensão da atividade na fábrica da Autoeuropa terá um impacto negativo no produto e nas exportações nacionais, salientando tanto os sucessivos choques económicos no mundo, como a crescente interdependência.
A fábrica de automóveis da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, inicia hoje uma paragem de produção de nove semanas que já provocou o despedimento de centenas de trabalhadores precários.
"Neste momento, temos apurado que 300 trabalhadores vão ficar desempregados e estes são, obviamente, os que mais nos preocupam. Alguns deles não têm direito a subsídio de desemprego e era necessária uma proteção social para estes trabalhadores", disse Daniel Bernardino, apelando à "responsabilidade social" das empresas.
O coordenador das CT do Parque Industrial da Autoeuropa detalhou ainda que vai existir "uma reunião com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) no dia 14" onde estes temas serão abordados e uma outra com o "Ministério do Trabalho, amanhã, às 18h".
Além dos 100 trabalhadores precários dispensados pela fábrica de automóveis do grupo alemão Volkswagen, há várias empresas do parque industrial que também já anunciaram a intenção de dispensar dezenas de trabalhadores temporários ou com contratos a termo.
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