As cidades de Dongguan, Foshan, Shenyang, Jiaxing, Dalian e Nanjing aboliram o limite no número de casas que cada cidadão pode comprar, informou o jornal oficial Securities Daily.
Segundo o mesmo órgão, cerca de trinta outros municípios flexibilizaram as suas restrições, limitando-as, por exemplo, a determinadas áreas.
O portal de notícias China Real Estate News noticiou, na semana passada, que a cidade de Shenzhen, uma das quatro maiores cidades do país, vai levantar as restrições à compra de imóveis por cidadãos das regiões semiautónomas de Macau e Hong Kong.
Em editorial, o Securities Times apelou na semana passada à suspensão das restrições, impostas durante os anos de "sobreaquecimento" do setor. O jornal lembrou que as restrições não são mais "apropriadas" num contexto de queda das vendas.
"A estabilidade das vendas é crucial para assegurar a estabilidade do mercado imobiliário", lê-se no comentário, referindo-se especificamente às cidades de segundo nível para baixo, o que exclui Pequim, Xangai, Shenzhen e Cantão.
Em 2021, os reguladores chineses restringiram o acesso do setor ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o Grupo Evergrande, colapsou. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das suas dívidas. O mais recente é a Country Garden, que está entre as 500 maiores empresas do mundo.
Isto acarreta "grandes riscos" para a economia do país, já que o imobiliário concentra 70% da riqueza das famílias chinesas e 40% das garantias detidas pelos bancos, segundo estimativas do Citigroup Inc. O impacto sobre a riqueza das famílias reduziu também o apetite pelo consumo, num segundo golpe para o crescimento económico.
No primeiro semestre do ano, o investimento no setor caiu 7,9%, depois de ter contraído 10% no ano passado, enquanto as vendas de imóveis medidas pela área de terreno caíram 5,3%, depois de terem caído 24,3%, em 2022.
Pequim anunciou várias medidas de apoio nos últimos meses. Os bancos estatais abriram linhas de crédito para várias construtoras, com o objetivo prioritário de terminar empreendimentos cujas obras foram suspensas.
As autoridades prolongaram, entretanto, a duração do pacote de apoio até ao final do próximo ano e prometeram "ajustar e otimizar" as medidas para o setor, após reconhecerem "mudanças significativas" entre a oferta e a procura.
O banco central da China anunciou também recentemente uma redução das taxas de juro no crédito à habitação e do valor mínimo de entrada para a aquisição de habitação, com o objetivo de promover o "desenvolvimento estável e saudável" do setor.
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