Intitulado 'Oportunidades de Negócios na Ucrânia - Plataforma Nazovni' o evento - em inglês - tem início marcado para as 10h00 e visa "apoiar a realização de negócios e o estabelecimento de parcerias entre a Ucrânia e Portugal".
Na ocasião será apresentada a Plataforma Internacional Nazovni, uma ferramenta digital lançada em 2021 para a promoção e divulgação de oportunidades de negócio e procura de parcerias, apontada como tendo "grande potencial para o fomento e intercâmbio de oportunidades de negócio entre empresas de ambos os países".
"Temos vindo a colaborar com a embaixada ucraniana no apoio à dinamização das relações entre empresas dos dois países, designadamente num contexto de grandes dificuldades decorrentes da invasão da Rússia a este país, considerando que a Plataforma Internacional Nazovni permitirá ultrapassar constrangimentos que impossibilitam o contacto mais direto entre entidades dos dois países", afirmou o presidente do Conselho de Administração da AEP, Luís Miguel Ribeiro, em declarações à agência Lusa.
A sessão de boas vindas estará a cargo do administrador da AEP Paulo Vaz e da embaixadora da Ucrânia em Portugal H.E. Maryna Mykhailenko, após o que a chefe do Departamento de Exportadores, Plataforma Internacional Nazovni, Oleksandra Sologub, apresentará os resultados obtidos desde o lançamento desta ferramenta digital, que visa promover as entidades empresariais ucranianas nos mercados internacionais.
De seguida, caberá à diretora do Departamento de Exportadores, Plataforma Internacional Nazovni, Yuliia Kononova, divulgar as funcionalidades desta ferramenta para as empresas estrangeiras.
Com uma população de cerca de 36 milhões de habitantes e uma força laboral "marcadamente técnica", segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a Ucrânia é a economia emergente com o Produto Interno Bruto (PIB) per capita mais baixo da Europa Oriental.
"A sua economia assenta, sobretudo, na capacidade exportadora dos seus setores agrícola, cerealífero e industrial, pese embora o atual conflito bélico Rússia/Ucrânia tenha devastado a maior parte da produção industrial do país (nomeadamente na região do Donbass)", lê-se no 'site' da AICEP.
"Consequentemente -- acrescenta - cerca de um terço da economia encontra-se condicionada".
Após crescer 3,35% em 2021, o PIB ucraniano sofreu, em 2022, uma contração de 35,5% (a maior desde a independência do país, em 1991). Em 2023, segundo a projeção da Economist Intelligence Unit (EIU), deverá crescer 0,7%, impulsionado pela retoma de algumas atividades económicas na região ocidental do país e o apoio dos países ocidentais.
A análise da AICEP aponta que, "num cenário de paz, e em termos de oportunidades de negócio, a Ucrânia poderá revelar-se um mercado interessante para projetos agrícolas e infraestruturais (designadamente, no âmbito da reconstrução do país), constituindo, ainda, um dos maiores mercados automóveis da Europa de leste (em termos de procura) até ao início do atual conflito".
Segundo o Comtrade, as importações da Ucrânia ascenderam a 70.000 milhões de dólares em 2021 (54.000 milhões de dólares em 2020), sendo que os cinco principais grupos de produtos importados foram as máquinas e aparelhos (20,0%), os combustíveis minerais (17,8%), os produtos químicos (13,5%), os veículos e outro material de transporte (10,7%) e os plásticos e borracha (6,7%).
Já as exportações da Ucrânia somaram 66.000 milhões de dólares em 2021 (49.000 milhões de dólares em 2020). Os cinco principais grupos de produtos exportados foram os produtos agrícolas (34,8%), os metais comuns (22,9%), os minerais e minérios (12,3%), as máquinas e aparelhos (8,0%) e os produtos alimentares (5,0%).
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) colocam a Ucrânia como o 69.º cliente das exportações portuguesas de bens em 2021, com uma quota de 0,1% no total, ocupando a 30.ª posição ao nível das importações (0,4%).
Ao longo do período 2017-2021 verificou-se um crescimento médio anual das exportações de 5,3% e de 7,4% nas importações, tendo a balança comercial de bens sido desfavorável a Portugal, com um défice de 261 milhões de euros em 2021.
Em 2022, o valor das exportações de Portugal com destino à Ucrânia foi de 34 milhões de euros e o das importações provenientes da Ucrânia de 246 milhões de euros, o que representou um défice comercial de Portugal de 212 milhões de euros.
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