O Governo aprovou na semana passada o decreto que enquadra o processo de privatização da TAP, mas a CGTP considerou, esta segunda-feira, que esta decisão é uma afronta para os trabalhadores da empresa.
"A decisão do Conselho de Ministros em iniciar mais uma tentativa de privatização da TAP é uma afronta aos trabalhadores da companhia e, também, ao desenvolvimento do país", pode ler-se numa nota enviada às redações.
Segundo a frente sindical, "caso se concretizasse, representaria uma perda económica e social e mais um ataque à soberania nacional".
"Na verdade, esta decisão é mais um frete à União Europeia e ao grande capital que, depois de dominar e instrumentalizar empresas e sectores estratégicos, vê agora a oportunidade de lançar mãos à transportadora aérea nacional", pode ler-se.
Acrescenta ainda que o "contributo da TAP para a economia nacional é incontornável".
"Seja no plano da dinamização do turismo, no que representa de âncora para outras empresas que com ela estabelecem relações comercias, seja no plano do emprego, da fiscalidade ou mesmo das contribuições para a Segurança Social, a importância da TAP faz com que a sua hipotética privatização seja um crime económico", pode ainda ler-se.
Nesta senda, a CGTP-IN "reforça o seu empenhamento na luta por uma TAP pública. Uma luta que é dos trabalhadores da companhia aérea, mas também de todos os trabalhadores, das populações e das comunidades".
Na quinta-feira, o Governo aprovou o diploma que estabelece as condições para a privatização da TAP e anunciou a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores.
A intenção é também que, até ao final do ano ou o mais tardar no início de 2024, o caderno de encargos da privatização da TAP seja aprovado em Conselho de Ministros.
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