Concurso público internacional levará fibra ótica às "zonas brancas"
O concurso público internacional que permitirá colocar fibra ótica nas "zonas brancas" dos territórios do interior de Portugal deverá ser aberto até ao final do ano, anunciou hoje a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
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Economia Fibra ótica
Em declarações aos jornalistas em Viseu, no final da inauguração da Ecopista do Vouga, Ana Abrunhosa explicou que se trata de "um investimento que ultrapassa os 350 milhões de euros", que "será financiado com fundos europeus em 50%".
Os restantes 50% serão colocados "pelos operadores grossistas que ganharem o concurso", que será feito por lotes, nomeadamente Norte, Centro, Lisboa, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores, podendo ganhar diferentes operadores.
"Este é um concurso para operadores grossistas que vão pôr a fibra ótica, que vão colocar a estrada digital, e depois os operadores comerciais vão fazer a ligação às casas das pessoas", explicou.
Segundo a governante, este investimento destina-se a "mais de 460 mil fogos, incluindo indústria", que tinham sido detetados "no levantamento das zonas brancas que não tinham acesso a fibra ótica".
"Em Portugal às vezes começamos a casa pelo telhado e aqui faltavam as fundações, que era ter a fibra ótica. E é algo que, enquanto ministra, me deixa muito feliz e satisfeita, porque é fazer justiça também para o interior e para alguns interiores que também existem no litoral", frisou.
Ana Abrunhosa contou que este concurso será possível "depois de mais de quase um ano de negociações informais com a Comissão Europeia".
"Esperamos que a Comissão Europeia rapidamente nos dê luz verde para lançarmos o concurso público para pôr fibra ótica em todo o território onde ela falta", sublinhou.
Segundo a ministra, trata-se de "uma carga burocrática enorme, mas é um investimento que vai colocar em pé de igualdade o interior e o litoral" e permitir que muitas das medidas tomadas pelo Governo atinjam o seu objetivo.
"O que é que me adianta criar medidas de incentivo para o investimento no interior se depois as empresas precisam dessa conectividade e não a têm? O que é que me adianta dizer às pessoas 'venham trabalhar em teletrabalho para o interior', se depois não têm essa conectividade?", questionou.
O presidente da Câmara de Viseu e da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, Fernando Ruas (PSD), congratulou-se com o anúncio da ministra, lembrando que, já quando era eurodeputado, havia a preocupação de "tornar acessível a fibra ótica a todo o território da União Europeia".
O autarca lembrou as "lamúrias dos presidentes de junta" do seu concelho, onde há zonas sem fibra ótica e "as pessoas têm de agarrar no carro e ir para mais longe à procura de ligação".
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