Num comunicado divulgado hoje, o grupo Better Foods (BF) avança que, "atendendo ao contexto da economia internacional e a alguma retração do consumo de pão no mercado interno, nomeadamente daquele que é produzido pela indústria tradicional de panificação, a administração não espera que a faturação continue a subir a dois dígitos", referindo-se ao aumento de 32% das vendas entre 2021 e 2022.
Ainda assim, à entrada do último trimestre do ano, estima encerrar o exercício com um aumento do volume de negócios para "perto das duas centenas de milhões de euros".
O mercado doméstico responde por cerca de 85% das vendas diretas, destacando-se Espanha, Polónia, Reino Unido, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe como os seis principais mercados de destino dos produtos exportados pelas empresas BF.
Resultante de uma aliança entre dois dos maiores operadores moageiros nacionais, concretizada há cinco anos através da fusão do grupo Ceres com a Germen, o grupo BF destaca ter desde então investido "mais de cinco milhões de euros na eficiência do processo industrial e em tecnologia e inovação, maximizando as sinergias entre os dois parceiros".
Citado no comunicado, o administrador da Better Foods, Nuno Tavares, aponta ainda os investimentos feitos na renovação das linhas de moenda de arroz e centeio, que permitiram "potenciar a operação industrial", o reforço da capacidade de resposta das linhas de embalamento de produto acabado e os investimentos de modernização nas áreas de armazenamento e logística.
Atualmente, o grupo BF emprega 275 pessoas e integra sete empresas, quatro delas industriais - Moagem Ceres, no Porto, Germen e Carneiro Campos, em Matosinhos, e Granel, em Vila Franca de Xira - e dedicadas, essencialmente, à produção de farinhas.
Apresenta-se como "o único 'player' ibérico com produção própria de farinhas dos quatro cereais base da alimentação diária do português comum (trigo, milho, arroz e centeio), dispondo ainda de uma linha de produção 'glúten free'.
As restantes três empresas estão vocacionadas para a distribuição e os serviços de valor acrescentado prestados aos principais clientes do grupo BF: as indústrias de panificação e pastelaria.
Para além das cerca de 400 mil toneladas de cereais que os moinhos das quatro empresas industriais do grupo transformarão até final deste ano, a maior parte das quais resultará em farinha de trigo para a panificação tradicional e outros ramos da fileira agroalimentar nacional, o grupo BF produz também farinhas de centeio, arroz e milho.
Através da Germen, e fruto do investimento que tem vindo a fazer em tecnologia e em investigação e desenvolvimento (I&D), o grupo apresenta-se também hoje como "uma referência relevante no fabrico de farinhas BTP (com baixo teor em pesticidas) para alimentação infantil e de farinhas e preparados alimentícios sem glúten".
A isto acresce a produção customizada de farinhas para os principais operadores da indústria alimentar nacional e de farinhas especiais e de sêmolas de milho para as indústrias cervejeira e de cereais de pequeno-almoço, o negócio 'core' da centenária Carneiro Campos, instalada em Custóias, Matosinhos.
Finalmente, o portfólio da BF abarca ainda farinhas para utilização doméstica, melhorantes e misturas enriquecidas de farinhas para uso industrial, assim como sêmeas de trigo e milho para consumo animal.
No topo do grupo BF está a 'holding' que agrupa os dois universos acionistas, ambos de raiz familiar, que protagonizaram a operação de concentração lançada em 2017 e consumada um ano depois, com a fusão da Moagem Ceres e da Germen.
Atualmente, 85% do capital da Better Foods pertence aos antigos proprietários da Ceres, a MCFI, SGPS, cabendo os restantes 15% à Ribatejana, Lda., onde estão reunidos os antigos acionistas da Germen.
Na segunda-feira, quando se celebra o Dia Mundial da Alimentação, ficará 'online' o 'website' do grupo que, para assinalar a data e projetar a integração da Moagem Ceres no grupo Better Foods, procederá durante a manhã à distribuição gratuita de pão na estação ferroviária de Campanhã, no Porto.
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