"Bancos centrais terão de repensar meta da inflação para cerca de 3%"

O antigo governador do Banco de Portugal e ex-vice do BCE, Vítor Constâncio, defendeu hoje que no futuro os bancos centrais deverão repensar a meta de inflação para cerca de 3%, ao invés dos atuais 2%.

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Lusa
25/10/2023 13:25 ‧ 25/10/2023 por Lusa

Economia

Vítor Constâncio

Vítor Constâncio falava hoje no congresso anual da Ordem dos Economistas, intitulado "Portugal e os desafios do presente: o papel dos economistas e gestores", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

"Após terem restabelecido a credibilidade, trazendo nesta fase a inflação para perto de 2%, os bancos centrais terão de repensar a meta de inflação e adotar uma meta mais alta para a inflação, perto de 3%", disse.

O antigo governador do Banco de Portugal (BdP) e ex-vice governador do Banco Central Europeu (BCE) argumentou que a manutenção da meta de 2% pode induzir um enviesamento restritivo permanente à política monetária, o que prejudicará o crescimento.

Na visão de Vítor Constâncio, a meta de 3% iria, assim, evitar que os períodos recessivos empurrassem a inflação para baixo e as taxas de juro para o limite inferior de zero, bem como iria permitir um maior espaço para a política monetária reduzir as taxas de juro nestes períodos.

O antigo governador considera ainda "praticamente inevitável que se verifique uma ligeira recessão" quer na zona euro, quer mais tarde nos Estados Unidos.

A justificar a previsão para a zona euro estão nomeadamente uma inversão da curva dos juros, o aperto da concessão de crédito pela banca, os valores do índice PMI e a queda em vários países dos preços dos imóveis residenciais e comerciais, ao mesmo tempo em que a atividade de construção está em declínio há 12 meses.

Leia Também: Vítor Constâncio alerta para risco de estagflação na zona euro

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