O BCP teve lucros de 650,7 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais de sete vezes os 89,8 milhões de euros registados no mesmo período de 2022, divulgou hoje o banco em conferência de imprensa.
Nos primeiros nove meses do ano, a margem financeira consolidada (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) foi de 2.117,5 milhões de euros, mais 37% do que em termos homólogos, devido sobretudo ao impacto na carteira de crédito do aumento das taxas de juro resultado da política monetária do Banco Central Europeu.
As comissões subiram 0,8% para 578,5 milhões de euros. Ainda para os primeiros nove meses deste ano entram os 127 milhões de euros de receitas da venda da Millennium Services, na Polónia.
Os custos operacionais consolidados subiram 8,5% para 864,6 milhões de euros. Em Portugal, os custos com pessoal (recorrentes) aumentaram 5% para 264,2 milhões de euros nos primeiros nove meses.
O BCP tinha, em setembro, 6.275 trabalhadores, mais 18 do que em setembro de 2022. Em termos de agências, o banco tinha 400 em Portugal em setembro, menos oito do que um ano antes.
Até setembro, o BCP registou ainda 482,5 milhões de euros de custos relacionadas com os riscos legais dos problemas com os créditos em francos suíços no banco que detém na Polónia (acima dos 292,4 milhões do mesmo período de 2022).
O BCP já acumulou em provisões para riscos legais deste processo na Polónia mais de 1.500 milhões de euros. Em setembro havia 19,8 mil processos em tribunal.
Quanto ao balanço, em setembro, a carteira de crédito consolidada era de 56,7 mil milhões de euros, menos 3,3%. Em Portugal, o crédito total desceu 4% para 39,4 mil milhões de euros, o que o banco justifica com a menor procura de crédito devido às taxas de juro mais elevadas e amortizações mais elevadas (neste caso nos empréstimos para habitação).
O rácio de crédito problemático (NPE na sigla técnica) desceu para 3,6% em setembro (4,1% em setembro de 2022).
Os depósitos e outros recursos de clientes subiram, em termos consolidados, 2,3% para 75,5 mil milhões de euros, sendo que em Portugal os depósitos caíram (os depósitos à ordem caíram 12% para 29,5 mil milhões de euros e os depósitos a prazo cederam 18% para 20,9 mil milhões de euros).
Quanto a indicadores de solvabilidade, o rácio de capital CET1 foi de 14,9% (11,4% em setembro de 2022).
Por geografias, em Portugal o BCP teve lucros de 556,8 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023, quase o dobro do mesmo período de 2022. Na Polónia conseguiu lucros de 100,7 milhões de euros (face a prejuízos de 276 milhões de euros no mesmo período de 2022) e em Moçambique lucros de 67,2 milhões de euros (abaixo dos 69 milhões de euros do período homólogo).
[Notícia atualizada às 20h53]
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