Dados preliminares hoje publicados pelo gabinete estatístico da União Europeia indicam que a taxa de inflação anual da área do euro (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) deverá ser de 2,9% em outubro de 2023, contra 4,3% em setembro deste ano e contra 10,6% em outubro de 2022.
Este é o valor mais baixo registado em mais de dois anos, depois de uma taxa de inflação anual semelhante, de 3%, ter sido verificada em agosto de 2021.
Em outubro deste ano, Portugal teve uma taxa de inflação de 3,3%, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat.
O serviço estatístico comunitário adianta que, para a taxa de 2,9% registada em outubro na zona euro, contribuem as componentes dos produtos alimentares, o álcool e o tabaco (7,5%, em comparação com 8,8% em setembro), seguidas pelos serviços (4,6%, em comparação com 4,7% em setembro), produtos industriais não energéticos (3,5%, em comparação com 4,1% em setembro) e energia (-11,1%, em comparação com -4,6% em setembro).
A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas, ainda assim, acima do objetivo de 2% fixado pelo Banco Central Europeu (BCE) para a estabilidade dos preços.
Para o atingir, o BCE tem apertado a política monetária com sucessivos aumentos das taxas de juro, agora travados por uma manutenção.
Nas previsões macroeconómicas de verão, divulgadas em meados de setembro, a Comissão Europeia reviu em baixa a previsão de inflação este ano na zona euro, para 5,6%, referindo que a apertada política monetária "está a funcionar", mas alertou para perdas de rendimento e piorou a projeção para 2024.
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