"O rácio de crédito em incumprimento continua em níveis relativamente elevados", descreveu, apontando que se situava em 9,1% do total em setembro último, contra 9,3% no mesmo mês do ano passado.
"O setor bancário nacional continua sólido e bem capitalizado, tendo o rácio de solvabilidade se fixado em 24,0% em setembro do corrente ano, correspondente a 12,0 pontos percentuais acima do mínimo regulamentar", destacou Zandamela, na abertura do 48.º conselho consultivo do banco central, hoje, na cidade de Inhambane.
Na mesma intervenção, ainda sobre o setor bancário, o governador do Banco de Moçambique sublinhou que "uma das reformas importantes para dinamização das transações económicas" é o processo, em curso, de transição da Rede Única Nacional de Pagamentos Eletrónicos para a nova plataforma de processamento de pagamentos eletrónicos, Euronet, "que se encontra numa fase bastante avançada".
"Neste momento, os bancos já se encontram totalmente integrados na nova plataforma, incluindo as Instituições de Moeda Eletrónica, que contribuem, de forma particular, para impulsionar as transações económicas nas zonas recônditas do país bem como os níveis de inclusão financeira", reconheceu.
Acrescentou que a nova plataforma de processamento da SIMOrede "tem a vantagem de oferecer uma diversificada gama de produtos e serviços entre novos e antigos, com destaque para a interoperabilidade entre as Instituições de Moeda Eletrónica, bancos e outros prestadores de serviços financeiros".
"Com a nova plataforma conseguimos cumprir com os mandatos internacionais dos sistemas de pagamentos, que impõem a tecnologia 'contactless' para todos os cartões bancários e terminais POS, tecnologia essa que oferece maior segurança e comodidade para os utentes", destacou.
Reconheceu igualmente que "outra reforma que contribuirá para melhorar o ambiente de negócios circunscreve-se no processo em curso de regulamentação da Lei cambial", que "irá permitir a operacionalização do princípio da liberalização gradual da conta capital prevista na Lei Cambial, aprovada no ano passado".
"O que irá facilitar a entrada e saída de capitais, com efeitos no aumento do volume de investimentos. Adicionalmente, estamos engajados, juntamente com outras instituições nacionais, na implementação do plano de ações para a remoção de Moçambique da Lista Cinzenta do Grupo de Ação Financeira Internacional no âmbito da prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo".
"É nossa convicção que a implementação efetiva do plano de ações contribuirá para reforçar um ambiente propício de atração de mais investimento direto estrangeiro", concluiu.
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