Reserva Federal norte-americana deixa taxas de juro inalteradas

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) anunciou hoje que vai manter as taxas de juro inalteradas, sendo esta a segunda pausa consecutiva após a série de subidas iniciada em março do ano passado, mas não afasta novos aumentos.

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Lusa
01/11/2023 18:46 ‧ 01/11/2023 por Lusa

Economia

Reserva Federal

"O Comité continuará a avaliar informação (económica) adicional" para "determinar a margem para um maior aperto da política", afirmou o banco central norte-americano, que decidiu manter as taxas no intervalo atual de 5,25% e 5,5%, o seu nível mais elevado desde 2001.

A Fed considera, contudo, que para já a amplitude dos efeitos da subida das taxas "permanece incerta", insistindo que o comité de política monetária da Fed (FOMC, na sigla em Inglês) está "preparado para ajustar a orientação da política monetária, conforme apropriado", caso surjam riscos que possam impedir a concretização do objetivo de fazer recuar a inflação para a meta de 2%.

No comunicado emitido após a reunião, a Fed indica que o FOMC continuará a avaliar os dados económicos nas próximas semanas, assim como os efeitos da política monetária.

Esta informação será tida em conta na próxima reunião em que o banco central norte-americano terá de tomar nova decisão sobre o curso das taxas de juro, que vai realizar-se ainda antes do final deste ano, a 12 e 13 de dezembro.

No mesmo comunicado, a Fed assinala que os dados económicos recentes sugerem "que a atividade económica se expandiu a um ritmo robusto no terceiro trimestre", enquanto o crescimento do emprego continua forte, apesar da moderação registada desde o início do ano, e "a inflação permanece elevada".

"É provável que as condições financeiras e de crédito mais restritivas para as famílias e as empresas afetem a atividade económica, a contratação e a inflação", refere a Fed.

Até junho deste ano, o banco central norte-americano avançou com vários aumento sucessivos das taxas de juro desde que, no ano passado. Após a pausa registada em junho, decidiu nova subida em julho, mas na reunião de setembro voltaria a fazer uma pausa.

A pausa hoje anunciada acontece num momento em que a inflação registou uma subida de cinco décimas em agosto, para 3,7%, valor que se manteve em setembro.

No entanto, a inflação subjacente (que exclui os preços da energia e dos bens alimentares) e que é um dos indicadores mais tidos em conta pela Fed na tomada de decisões, caiu duas décimas em setembro, confirmando a tendência de descida.

Além disso, a economia norte-americana registou uma subida de 1,2% do PIB no terceiro trimestre, valor que ultrapassou as expectativas, registando uma taxa de crescimento anual de 4,9%, segundo os dados divulgados na semana passada pelo Gabinete de Análise Económica (BEA, na sigla em Inglês) do Departamento do Comércio.

Leia Também: Euro voltou hoje a cair face ao dólar em dia de decisões da Fed

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