Quando acabar imposto sobre energéticas, Endesa prevê ganhar mais 64%

A Endesa prevê um resultado líquido entre 2.200 e 2.300 milhões de euros em 2026, 64% superior ao estimado para 2023, devido à evolução do resultado operacional e ao fim do imposto temporário sobre as grandes empresas de energia.

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Lusa
23/11/2023 10:13 ‧ 23/11/2023 por Lusa

Economia

Endesa

 

A empresa, detida em 70% pelo grupo italiano Enel, apresentou hoje a atualização do seu plano estratégico para 2024-2026, que contempla um investimento bruto de 8,9 mil milhões de euros, em linha com o estabelecido no plano anterior, de forma a continuar a crescer na eletrificação limpa.

Os grandes objetivos financeiros da empresa de energia são atingir um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) entre 5.600 e 5.900 milhões de euros em 2026, o que representa um aumento de 31% face às estimativas para 2023, devido ao facto de todos os negócios contribuírem positivamente, apoiando-se na esperada normalização do mercado.

Isto fará com que o resultado líquido ordinário seja impulsionado para 2.200 a 2.300 milhões de euros, fundamentalmente pela evolução "sólida" do EBITDA, pela redução dos encargos financeiros e pelo aumento dos pagamentos a sócios minoritários, em resultado da estratégia de partilha de projetos, segundo o comunicado da empresa.

A Endesa incorpora também nas suas previsões uma "normalização fiscal", após o fim da taxa temporária e extraordinária que é aplicada à atividade não regulamentada das grandes empresas energéticas em Espanha.

O investimento para a Península Ibérica mantém uma linha contínua relativamente ao plano 2023-2025, cerca de 8.900 milhões de euros.

Deste montante, a rubrica atribuída a Redes, 2.000 milhões de euros líquidos, está condicionada a uma maior visibilidade ao longo do período regulatório 2026-2031 em termos de remuneração do investimento.

O investimento em energias renováveis estabilizou, em 4,3 mil milhões de euros, para atingir 13.900 megawatts (MW) de potência no final do plano e 93% da produção livre de emissões na Península Ibérica.

Os principais desenvolvimentos são uma maior aposta na energia eólica, que absorverá 1.600 MW (para 2.000 MW de energia solar), e em projetos para melhorar a potência eólica e hidroelétrica, como os de transição justa em Andorra (Teruel), Pego (Portugal) e Galiza.

 

Paralelamente, a Endesa confirma a sua saída total do carvão em Espanha em 2027, com o fim da operação de Alcudia, que se mantém por razões de segurança de abastecimento, e depois de conseguir o encerramento da sua maior central, a de As Pontes, um município galego em greve geral pelo futuro da sua indústria e economia.

A empresa, que pretende abandonar o negócio do gás como um todo até 2040, estabeleceu como meta fundamental que cerca de 90% da sua energia vendida a clientes a preço fixo venha de fontes não emissoras em 2026, contra 76 % do ano corrente.

De acordo com o novo roteiro, a carteira de contratos no mercado livre de eletricidade em Espanha e Portugal aumentará até 7,5 milhões no final do período, face aos 7,1 milhões estimados no final de 2023.

Este facto permitirá que o volume total de vendas liberalizadas de eletricidade a preço fixo cresça para 53 TWh (terawatts-hora), sustenta a empresa, que, por outro lado, espera uma recuperação das margens no negócio do gás após o "excecional ano de 2023, muito afetado pela volatilidade do mercado".

Neste segmento, a carteira de clientes permanecerá estável em 1,8 milhões, dos quais 1,4 no mercado livre.

A Endesa prevê também uma diminuição acentuada da utilização de gás para produção de eletricidade em centrais de ciclo combinado.

A dívida líquida da empresa será de 8.000 a 9.000 milhões de euros em 2026, 10 a 20% inferior à do conjunto de 2023, pois será compensada pelos fluxos de caixa, pela contribuição dos sócios e pela rotação de ativos.

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