"Esta decisão é sustentada pelo surgimento de novos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, com destaque para o potencial impacto do atual conflito no Médio Oriente sobre os preços internacionais de combustíveis e alimentos", lê-se no comunicado do Banco do Moçambique, acrescentando que as perspetivas da inflação "mantêm-se em um dígito no médio prazo".
"Em outubro de 2023, a inflação anual aumentou para 4,8%, depois de 4,6% em setembro. Esta evolução é explicada, fundamentalmente, pelo aumento dos preços de bens alimentares e bebidas alcoólicas. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também aumentou. Para o médio prazo, mantêm-se as perspetivas de uma inflação de um dígito, refletindo, sobretudo, a estabilidade do metical e o impacto das medidas que vêm sendo tomadas pelo CPMO", acrescenta.
Ainda assim, sustenta, os "riscos e incertezas subjacentes às projeções da inflação continuam a agravar-se" e a nível interno "prevalecem a pressão sobre as finanças públicas e as incertezas quanto à evolução e efeitos de eventos climáticos extremos".
"Para o médio prazo, excluindo o gás natural liquefeito (GNL), perspetiva-se a manutenção de um crescimento económico moderado (...) No médio prazo antevê-se que a atividade económica, excluindo a produção de GNL, continuará a recuperar, não obstante as incertezas associadas aos impactos dos prováveis eventos climáticos na produção agrícola e em infraestruturas diversas. Entretanto, a indústria extrativa continuará a contribuir para a aceleração do crescimento económico", refere-se no comunicado.
O comunicado da reunião do CPMO sublinha igualmente que "a pressão sobre o endividamento público interno continua a aumentar" em Moçambique: "O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 334,4 mil milhões de meticais [4.770 milhões de euros], o que representa um aumento de 59,3 mil milhões [de meticais, 846 milhões de euros] em relação a dezembro de 2022".
"O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, e tomará as medidas que se mostrarem adequadas ao contexto", conclui.
A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 31 de janeiro de 2024.
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