Num comunicado, a estrutura sindical explicou que no dia 30 de novembro "ocorreu a terceira reunião das negociações do ACT 2024 entre a empresa e as associações sindicais".
O sindicato lembrou que, "quando apresentou a sua proposta, na reunião de 24 de novembro, a Comissão Executiva afirmou que, com aquela proposta e com o que tinha sido negociado para 2023, estaria a compensar os trabalhadores do grupo Altice, principalmente os que recebem menos, pela perda do poder de compra em 2022 e 2023".
No encontro da semana passada, a gestão, segundo o sindicato, "começou por apresentar algumas informações das que tinham sido solicitadas pelos sindicatos", destacando que, "quanto ao número de progressões e promoções nos últimos anos e quantos trabalhadores estão sem movimento há mais de 3, 5 e 10 anos, ficou claro que a maioria dos trabalhadores não teve qualquer movimento de evolução profissional nos últimos 10 anos", apelando a uma solução "adequada e urgente".
Por outro lado, lê-se no comunicado, "a Comissão Executiva procurou responder ao STPT, explicando os cálculos e pressupostos que estiveram na base da sua proposta e da sua afirmação relativamente à compensação do poder de compra dos trabalhadores".
A estrutura sindical referiu que, segundo a gestão, com "os aumentos negociados para 2023, e a proposta para 2024", incluindo a subida do salário mínimo para 850 euros, o aumento no subsídio de refeição em 0,68 euros por dia útil e o aumento salarial de 1,5%, somados "aos valores líquidos da 'compensação extraordinária' paga em 2023 (mas comunicada como referente a 2022) seria possível compensar o efeito da inflação de 12,6% para 2022 e 2023".
O STPT disse, por sua vez, que o racional da Comissão Executiva "não está correto", até porque a "'compensação extraordinária' referia-se a 2022, ainda que apenas tenha sido paga em 2023 e que a mesma, por ser 'extraordinária', não foi incorporada nos salários dos trabalhadores".
Ainda assim, "e mesmo seguindo o racional altamente discutível" da gestão, o sindicato garantiu que "mesmo os trabalhadores de mais baixos rendimentos veriam os seus rendimentos aumentados em 10,3% (no efeito combinado para 2023 e 2024), perdendo 2,3% face à inflação agregada de 12,6%".
Numa simulação realizada pelo sindicato, os valores apontaram "para um aumento combinado de 5,5% para os trabalhadores que ganham cerca de 1.500 euros mês, perdendo estes trabalhadores -7,1% face à inflação agregada de 12,6%".
Por isso, o STPT "não considera nem adequado, nem possível defender que a proposta da Comissão Executiva, permite a compensação do poder de compra dos trabalhadores".
O sindicato mantém, mesmo assim, "a confiança no processo negocial" e o "posicionamento de seriedade e de procura de soluções com que sempre tem pautado a sua atuação", reafirmando a proposta que apresentou.
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