"Não devemos absolutamente baixar a guarda", disse em conferência de imprensa, após a reunião de hoje do Conselho de Governadores, na qual o BCE decidiu deixar inalteradas as taxas de juros.
A afirmação da responsável do BCE surge numa altura em que o mercado já espera um corte das taxas de juro no próximo ano.
A responsável do BCE reafirmou que as decisões futuras da instituição são baseadas nos dados e não de "tempo" e salientou que é preciso mais informação, nomeadamente sobre a inflação interna.
"Quando olhamos para todas as medidas da inflação subjacente, há uma medida específica que dificilmente muda e que é a inflação interna", disse.
Lagarde apontou riscos ascendentes persistentes para os preços ao consumidor, que incluem a rentabilidade das empresas e as negociações em curso sobre salários.
Ao contrário do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Jerome Powell, que sinalizou na quarta-feira que o debate sobre os cortes das taxas de juro no outro lado já se iniciaram, a presidente do BCE mostrou maior resistência.
"Não discutimos nenhum corte nas taxas", afirmou.
O BCE anunciou hoje que deixou as taxas de juro inalteradas, tal como na última reunião do Conselho de Governadores.
Esta é a segunda pausa consecutiva depois de 10 subidas das taxas de juro, com os últimos dados da inflação a apontarem para um abrandamento.
A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.
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